Buenas povo! Em 17/04/2019, um álbum que é – na minha opinião – uma das maiores obras primas da música do século XX completou 30 anos: A banda Pixies com o álbum Doolittle.
O álbum número 1 da discoteca obrigatória
Sim, é o lendário disco do macaco na capa. O segundo disco na discografia dos Pixies, a pedra filosofal de toda a sonoridade do dito “rock alternativo” que se fez na década de 90 e após.

Após inúmeros elogios da crítica especializada ao disco de estreia Surfer Rosa – seguido de uma decepção proporcional ao número de vendas – Black Francis (voz/guitarra), Kim Deal (baixo/voz), Joey Santiago (guitarra) e David Lovering (bateria), saem em turnê para a divulgação de seu disco de estreia.

Durante esta turnê, e inspirado por temas pra lá de incomuns (surrealismo, torturas bíblicas, acidentes ambientais, etc.), Black Francis começa o processo de produção do próximo trabalho da banda.
O processo criativo de Doolittle
Contrastando com a densidade das letras escritas, passam a compor temas instrumentais mais limpos, mas ainda com o mesmo caldeirão de referências que fizera sucesso com a crítica no disco anterior.
Para ajudá-los a conceber essa sonoridade, convocam o produtor Gil Norton (um dos prediletos da casa), para aparar as arestas deixadas por Black, e para tirá-lo de sua zona de conforto.
Norton altera os andamentos de algumas canções, o que enfurece nosso temperamental vocalista. Mas depois da raiva e pensando com a cabeça mais fria, conclui que a mão do produtor ajudou a engrandecer algumas canções.
Alternando o pop com vocalizações dobradas e temas pra lá de pesados (com letras obscuras passíveis de diversas interpretações), os Pixies conseguem nesse disco fazer o que a maior parte das bandas sempre tiveram vontade e talvez nunca tenham conseguido por em prática: um belo conjunto de canções que alternam o pop e o punk palatáveis à experimentações sonoras dignas de bandas que não tem a menor pretensão de soar popular.
Tudo ao mesmo tempo agora, no mesmo álbum.
A repercussão e análise
Despretensiosamente criaram uma sonoridade que viraria referência pra TODAS as bandas que viriam depois. Inclusive, na época, Joey Santiago declarou:
Queremos apenas soar diferentes…
Joey Santigo
Guitarras barulhentas (até nos momentos de calmaria), baixo pesado e marcado, bateria cavalar e as vozes dobradas de Francis e Deal, moldam tudo o que veio depois.
Sem Pixies não existiria Nirvana e Radiohead. Todas essas bandas “alternativas” acusam os Pixies como um dos pilares da sua sonoridade.
Os caras do Nirvana chegaram a falar sobre como “Smells Like Teen Spirit” carrega a dinâmica de peso/suavidade eternizada pelos Pixies.
Por ter moldado toda a sonoridade dos anos 90, já poderíamos colocá-lo no mais alto patamar dos grandes discos de rock. Pelo legado, podemos colocá-lo como um dos mais importantes discos da história do rock. Mesmo sem o devido reconhecimento popular…
Mas, se serve como alento, eles ganharam um “Disco de Platina”, mesmo que 30 anos após o lançamento.
Impressões pessoais
Tive o prazer de vê-los ao vivo no Lollapalooza de 2014. Já não era mais a formação original, mas com a competentíssima Paz Lenchantin no baixo. Confesso que foi uma das maiores emoções da minha vida.
Ver ali da grade a banda que moldou toda a sua sonoridade tocar com o mesmo gás as músicas que mais marcaram a sua vida… Sinceramente, é uma dádiva que poucos talvez tenham. Valeu cada centavo!!!
Este álbum é essencial e obrigatório na sua discoteca básica. E está no meu top 5 de todos os tempos desde 1994. Compre, roube (pensando bem… não roube), baixe, mas ouça-o bem alto.
Doolittle nos mostra o que é envelhecer com dignidade e relevância, parabéns e longa vida ao Pixies.
Logo menos, tem mais.
Uma última coisinha…
Agora temos uma nova forma de contato com vocês.
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