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Migrei para o Kindle de 11ª geração! Valeu a pena?

Desde que eu comprei o meu primeiro kindle, em 2013, a leitura digital se tornou uma parte importante da minha vida. Eu sempre gostei de ler, mas confesso que tinha certa resistência em abandonar os livros impressos. No entanto, depois que eu experimentei o kindle, eu me surpreendi com a praticidade, a comodidade e a variedade que ele me oferecia. Eu podia levar centenas de livros comigo para onde eu fosse, sem ocupar espaço ou peso na minha mochila. Foram muitos livros… muitos mesmo. Mas o meu companheiro de leituras já tem 10 anos nas costas… e apesar dele estar plenamente funcional e com poucos sinais de desgaste, o software começa a dar sinais da idade e a bateria já não é mais a mesma. Assim, migrei para o Kindle de 11ª geração. E aí? Valeu a pena?

Do papel impresso para a tinta digital

Os leitores digitais são dispositivos que permitem ler livros em formato eletrônico, sem precisar de papel, tinta ou impressão. Eles surgiram no final do século XX, como uma alternativa aos livros impressos, que ocupam espaço, pesam e podem se deteriorar com o tempo. Os primeiros leitores digitais eram computadores que podiam ler conteúdo digitalizado em CD-ROM. O primeiro livro digitalizado e o primeiro programa específico para leitura datam de 1993, quando a Sony apresentou ao mundo o Sony Data Discman.

Em 1998, apareceram os primeiros dispositivos portáteis para leitura de livros digitais: o Rocket eBook e o Softbook. Eles tinham telas monocromáticas e capacidade de armazenamento limitada. Eles também precisavam ser conectados a um computador para baixar os livros. Em 2004, a Sony lançou o Librié, o primeiro dispositivo com tela de e-ink, que imita o aspecto do papel e consome menos bateria.

Sony Data Discman, Softbook, Rocket eBook e Sony Librié… os pioneiros

Em 2007, a Amazon lançou o Kindle, o leitor digital que se tornou o mais popular e influente do mercado. O Kindle permitia aos usuários comprar, baixar, pesquisar e ler livros digitais, jornais, revistas e outras mídias digitais via rede sem fio. O Kindle também oferecia acesso a milhares de livros gratuitos ou com preços reduzidos e desde então, o Kindle evoluiu muito em termos de design, funcionalidades, capacidade de armazenamento e qualidade da tela. A Amazon também diversificou a linha Kindle e agora é possível encontrar – além da versão básica – as versões Paperwhite, Oasis e Scribe.

Independentemente da versão do Kindle, o grande astro que tornou possível os e-readers tal qual eles são hoje atende pelo nome de e-Ink.

E-Ink? O que é isso?

E-ink, ou tinta eletrônica, é um tipo de tecnologia de display que imita a aparência da tinta impressa no papel. Ela tem como vantagens o baixo consumo de energia, a alta legibilidade e o conforto visual. Ela funciona por meio de microcápsulas que contêm partículas coloridas que se movem de acordo com a carga elétrica aplicada. Assim, elas formam imagens em preto e branco, ou em cores, dependendo do modelo.

A tecnologia e-ink foi desenvolvida por um grupo de cientistas e engenheiros do MIT Media Lab em 1996. Eles fundaram a empresa E-Ink Corporation, que detém a patente da e-ink. A tecnologia foi adotada por muitos fabricantes de e-readers, não só a Amazon, mas também Kobo e Barnes & Noble. Esses dispositivos oferecem uma experiência de leitura digital semelhante à leitura de um livro impresso. E sabe onde começou o seu desenvolvimento? Lá mesmo… no Xerox Palo Alto Research Center. Aquele lugar maluco que a Xerox criou na década de 70 e era uma verdadeiro celeiro de ideias… Impressão a laser, o padrão Ethernet, um protótipo para um computador pessoal moderno, a interface gráfica para o usuário (que depois foi usada pelo Windows, MacOS, Linux, entre outros), a programação orientada a objetos e muitas outras inovações ligadas à computação e a tecnologia em geral. Quem sabe um dia a gente não faz um texto só sobre o Xerox Parc?

Xerox PARC… onde várias tecnologias nasceram, inclusive o papel eletrônico

Mas e o Kindle?

Considerando sua primeira versão lançada em 2007 até a versão mais recente muita coisa mudou (para melhor). Ele perdeu seu teclado físico para ganhar uma tela touch com retro iluminação. Sua capacidade de armazenamento aumentou consideravelmente, assim como a resolução de tela e autonomia de bateria. Aqui no Brasil, a primeira versão disponível foi o Kindle de 4ª geração. E ele era muito bom. Ele tem um teclado físico bem discreto e admito: é um tanto chato usar a digitação dele. Mas era uma limitação da época.

Meu Kindle de 2013 de quarta geração. Totalmente funcional

Aliás, vou corrigir uma injustiça do parágrafo anterior: ele é muito bom. Meu Kindle tem 10 anos… e ele funciona perfeitamente. Eu não consigo realizar compras de livros diretamente por ele. E também não consigo enviar alguns quadrinhos para ele. A bateria perdeu um pouco de autonomia, mas ele ainda segura tranquilamente de 15 a 20 dias. Eu cuidei bem dele, então a tela está em ótimas condições, sem arranhões ou sinais de desgaste. E é verdade que a capinha rígida ajudou no processo.

Seu maior pecado é não contar com iluminação. E aí aquela leitura antes de dormir não acontece. Acabo usando o tablet ou o celular para isso. É um pouco chato também ele ser equipado com conexão do tipo micro USB pois preciso carregá-lo com um cabo específico (celular, tablet, controles, tudo é USB-C, só o Kindle que não é). O sistema tem alguma lentidão, mas acredito que isso se deve ao tempo. Oras, estamos falando de um dispositivo com poder de processamento de 10 anos atrás!

Outro ponto é o armazenamento. Ele conta com 2 GB de armazenamento não expansível. E até hoje eu nunca consegui usar todo o espaço. Mesmo com mais de 220 livros baixados nele.

Se ele é tão bom assim, por que trocar?

Pois é… a minha principal motivação foi mesmo a presença de iluminação noturna e o fato dele ter uma tela touch e conexão USB-C. Além disso, não é possível mais realizar compras de livros diretamente pelo aparelho. Você ainda pode enviar livros e ler através dele. Mas ele não é mais um aparelho independente.

A versão que eu vou usar por aqui é a básica da 11ª geração. Mas eu confesso que a tentação por um modelo Paperwhite Signature Edition teria sido grande. Mas… sinceramente? A versão básica é bastante competente. Talvez o seu único ponto negativo seja o tamanho de sua tela. São 6 polegadas com tratamento antirreflexo. Ok… talvez a iluminação seja apenas suficiente. Afinal, são 4 LEDs neste modelos contra 17 LED’s na versão Paperwhite e 25 LED’s na versão Oasis. Faltou dizer que ele não tem ajuste de temperatura de luz, nem sensor de luz adaptável.

Kindle básico de 11ª geração. Na cor azul e com direito a uma capa de proteção

O aparelho traz uma tela de 300 ppi de resolução com 16 níveis de escala de cinza e é sensível ao toque. Com 16 GB de armazenamento, duvido que eu consiga esgotar sua capacidade nos próximos anos. E a versão básica traz a opção de cor azul, que não está disponível nas outras versões. Esta versão também é a única que não conta com proteção IPX8. Portanto ele não é à prova d’água. Mas honestamente? Não vou ler à beira da piscina mesmo. Outra melhoria em relação ao Kindle anterior é o fato dele ter suporte a Wi-Fi dual band (no Kindle de 4ªgeração funciona apenas a conexão de 2,4 GHz).

A empresa promete uma autonomia de cerca de 6 semanas e um tempo de recarga de aproximadamente quatro horas pelo computador, ou 2 horas usando um carregador de 9W. Ele traz suporte para diversos formatos de conteúdos além do AZW (o padrão Kindle), havendo suporte para arquivos de texto e imagens, inclusive o formato EPUB.

Quanto à sobrevida do aparelho, a Amazon promete atualizações de segurança por pelo menos quatro anos após o dispositivo estar disponível pela última vez para venda.

Ele é azul!

Apesar de ser a versão mais básica da família Kindle, ele tem algo que as outras versões não têm (pelo menos aqui no Brasil): cores. Enquanto a versão Paperwhite só está disponível na cor preta e a versão Oasis apenas na cor grafite, o Kindle básico pode ser adquirido nas cores preta ou azul. E o meu é azul. Quanto à cores na tela, nenhum Kindle oferece tela colorida, mas os 16 níveis de escala de cinza são suficientes para gerar imagens de qualidade.

E o que faltou falar sobre ele? Bom… além de suas medidas compactas (157,8 x 108,6 x 8,0 mm) e leveza (apenas 158 gramas), resta saber como é usar o novo Kindle.

Usando o Kindle 11ª geração

A Amazon faz algo muito interessante com seus dispositivos que é a configuração prévia do dispositivo. Caso você tenha uma conta Amazon e o dispositivo é para sua própria conta, a empresa oferece a opção de vincular o dispositivo à sua conta. Então, o processo de ligar e usar o aparelho é bastante simplificado. Ao tirar da caixa, além do aparelho, temos um cabo USB-C para ligarmos ao PC ou a um carregador. A embalagem é espartana, uma característica que acompanha o dispositivo desde sua estreia por aqui.

O aparelho vem embalado por uma folha de papel manteiga e uma embalagem interna acartonada que organiza as coisas. A papelada se resume apenas a dois folhetos com instruções básicas e um guia de referência rápida. Não é nenhuma ciência avançada ligar e configurar o Kindle. Eu confesso que o Azul Jeans é um pouco mais claro do que eu imaginei, mas ainda assim é bem bonito. Ele não traz nenhum botão além do botão para ligar o dispositivo que fica situado na borda inferior, juntamente com a conexão USB (eu já mencionei que é USB-C?).

As bordas não são tão finas, principalmente a inferior. Mas isso é bastante compreensível, considerando a ergonomia necessária para manusear o aparelho.

Liguei!

A primeira inicialização leva um tempinho. Após selecionar o idioma, leva cerca de 1 minuto até aparecer a tela de boas-vindas. E algo a ser destacado é que os 300 ppi da tela faz uma tremenda diferença em relação aos 167 ppi da quarta geração. Nesta versão não tenho aquela sensação de serrilhado na tela. E olha que eu já gostava bastante da tela dele.

E com sua conta ativada, caso você não tenha, surgirá uma oferta assinatura do Kindle Unlimited, que mediante um pagamento mensal recorrente permite o resgate de livros gratuitamente enquanto durar sua assinatura. Talvez seja uma oferta mais apropriada para um verdadeiro viciado em Kindle. Para mim, considerando que já tenho à disposição a biblioteca Prime, não vejo sentido em assinar mais um serviço.

A tela touch tem uma resposta muito boa, mas eu estava acostumado com o teclado físico para uma série de ações. Então eu tive um rápido processo de adaptação com a tela e os comandos por toque. E ele traz uma série de recursos para usuários mais intensos: lista de leitura, anotações, dicionários e outros atrativos para quem usa o Kindle no modo hardcore.

Fácil até pra configurar, você está a poucos cliques de distância de sua primeira leitura

Na sequência, o aparelho lhe apresenta as principais características do produto para então liberar o uso. E a cada ação nova ele oferece uma pequena explicação do recurso. A partir deste ponto você pode baixar os livros de sua biblioteca, acessar o Unlimited (caso você tenha uma assinatura ativada) e eventualmente comprar novos livros.

O barato do Kindle é que você pode personalizar sua experiência de leitura, adaptando fonte, tanto no tipo, como tamanho e alguns títulos permitem até adaptar a diagramação dos elementos para seu gosto pessoal. A leitura de quadrinhos é muito boa também, e de novo devemos elogiar a tela.

Mas e aí? Valeu a pena?

Eu levei 10 anos para trocar meu Kindle. Fiz a troca com o meu Kindle anterior funcionando perfeitamente, limitado apenas por suas configurações já defasadas. Mas seria uma tremenda injustiça dizer que ele não presta mais para uso. Ele está perfeito e poderá ser usado sem problemas como meu Kindle secundário. Mas ele foi um presente… e um presentão desses a gente não recusa, não é mesmo?

A primeira impressão do Kindle 11ª geração é muito positiva. Agora que tenho o produto em mãos, eu posso afirmar que – para minha utilização – ele atende perfeitamente minhas necessidades e as versões Paperwhite ou Oasis seriam igualmente ótimas, mas são adicionais que posso conviver sem eles. Então, eu recomendaria estas versões tão somente se você está com o orçamento disponível para isso.

Seja para livros ilustrados, seja para textos, o Kindle 11ª geração se saiu muito bem

O produto pode ser adquirido na loja da Amazon ou em varejistas selecionados e o seu preço atual está em R$ 499. O Kindle Paperwhite custa R$ 799 e traz uma tela um pouco maior (6,8″), uma iluminação mais eficiente e resistência à água. São upgrades interessantes, mas que realmente eu não preciso. E talvez você não precise também.

Outro ponto a ser observado é que o Kindle fica mais interessante em certas datas, especialmente durante a Black Friday ou durante o Amazon Prime Day. São épocas que a Amazon oferece o Kindle com um desconto considerável. Este ano, o Prime Day já aconteceu e o produto foi vendido por R$ 359 (para pagamento com Pix). Em outras edições o desconto foi consideravelmente melhor, mas ainda assim tem um descontinho.

Se você é um leitor assíduo e quer um produto bom, bonito, eficiente e (relativamente) barato, o Kindle 11ª geração é um produto que você deve considerar. Fácil de transportar, fácil de utilizar e compacto, ele é ótimo. Para mim, valeu muito a pena.

E você? Já tem um Kindle para chamar de seu? Conte sua experiência nos comentários!

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Publicado em:Opinião,Produtos e Serviços

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