Buenas! Hoje resolvi sair da zona de conforto. Vou deixar as guitarras de lado e cair de cabeça no universo da música pop mais adolescente. Falarei então do álbum “Don’t Smile at Me” de Billie Eilish.
Depois da indicação de um aluno – e mesmo não sendo a minha onda – ouvi ininterruptamente a música a qual ele havia me indicado, e que surpresa boa, que orquestração, que voz, que música linda.
Acabei me empolgando e escolhi pra essa semana a primeira compilação de singles da nova queridinha da cena pop.
Resolvi me arriscar, se até o grande Dave Grohl havia falado que a moçoila era o futuro da música, fui com enorme sede ao pote, e aí?
Foi uma cilada, Bino.
Sobre Billie Eilish
Nascida em 18 de Dezembro de 2001, foi criada em Los Angeles, com sua família de atores e músicos.
Foi educada em sua própria casa, e aos oitos anos ingressou no Los Angeles Children’s Chorus. Começou a cantar suas próprias músicas aos 11 anos.
O álbum “Don’t Smile at Me”
A estreia em um formato maior da estadunidense, soa despretensiosa e cheia de referências, como um diário, um álbum de recortes (típico de uma adolescente de 15 anos, sua idade em 2017, quando este foi lançado), que faz referência a várias tendências da música mais popularesca, radiofônica até.

Composto pela própria Billie e produzido por ela e por Phineas O’Connell, mostra um “antenamento” típico da geração pós 2000. Sua colcha de retalhos vai do pop ensolarado com levadas de ukulelê à soturnidade do dubstep em um zapear de faixas.
Bem produzido, sua sonoridade é infinitamente superior à maioria das gravações que são feitas com baixos recursos financeiros, coisa de quem tem total controle do estúdio e das ferramentas disponíveis (uma mesa de som, controladores midi, alguns instrumentos e um Macintosh, fazem um estrago que vocês não tem ideia), fazem cama para que Billie coloque sua voz.
Uma bela voz… E que voz!
Suas letras revelam o cotidiano de uma menina da sua idade, amores, desamores, inseguranças e todos os conflitos da adolescência. As dúvidas e as inseguranças de uma vida adulta vindoura e toda a ansiedade que a acompanha.
O ponto alto do disquinho é a voz de Billie. De um timbre limpo e extremamente bem postada, sua voz se destaca em uma era de vozes pequenas corrigidas por “auto-tune”.
Seu jeito de cantar também nos remete a outras contemporâneas, como a neozelandesa Lorde e a estadunidense (e rainha da sofrência pop) Lana Del Rey.
É óbvio que Billie Eilish ainda esteja tateando em busca do seu próprio caminho, mas amparada por estas ótimas referências, podemos ver que ela vai longe.
Vale a pena todo o “hype” colocado em cima das costas de uma menina no auge da sua adolescência como se fosse a salvação da música pop? Definitivamente, não! Sua coletânea de singles é ruim? Também não.
É uma boa coleção de canções pop, hora solares, hora soturnas, pra servir como trilha sonora de alguma série adolescente do Netflix.
Se estiver interessado nessa sonoridade, ouça aqui. Se a sua “vibe” for algo mais raiz, mais intenso, procure as influências da moça.
Ah! A música que me foi apresentada é essa aqui. O dueto dela com Khalid. Chama-se “Lovely” e é uma canção mais nova do que o disco que acabamos de comentar. Nota-se algumas mudanças.
Music video by Billie Eilish, Khalid performing lovely. © 2018 Darkroom/Interscope Records
Seja como for, o “primeiro” disco cheio promete.
Logo menos tem mais.
Só mais uma coisinha…
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