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JVCD é um filme para repensar Van Damme

Já tem algum tempo que sou assinante da Netflix. O serviço de streaming desembarcou aqui no país em 2011 e é um serviço de vídeo sob demanda pela internet que permite assistir a filmes e programas ilimitados em dispositivos como smartphones e TVs conectadas. Atualmente, o acervo é relativamente grande, mas não espere encontrar os filmes mais recentes. Existe muita coisa boa sim, mas é necessário procurar.

Ontem, eu estava procurando algum filme para assistir antes de dormir. E como tinha nenhum título em especial disponível, então comecei a olhas as sugestões do site para mim. Eis que aparece o filme JCVD. Estrelado por Jean Claude Van Damme no papel de… Jean Claude Van Damme. Exatamente… o ator interpretou a si mesmo no filme.

Sugestão do serviço de streaming Netflix, JCVD é um filme onde Van Damme caçoa de si mesmo

Sim… é o mesmo Van Damme que despontou para os filmes de ação com O Grande Dragão Branco (Bloodsport), Kickboxer, Garantia de Morte (Death Warrant), Timecop – O Guardião do Tempo (Timecop) entre tantos outros títulos do final da década de 80 até meados da década de 90. Ele continuou a fazer filmes e até hoje está por aí, mas não tem mais o mesmo apelo comercial que ele teve nos seus dias de glória.

JCVD é um filme bastante diferente dos filmes que Van Damme costuma fazer. É uma mistura de realidade e ficção, com Van Damme interpretando a ele mesmo que está passando por uma crise pessoal e financeira.

A história começa com uma tremenda cena de ação bem ao estilo dos filmes que protagoniza. Já dá para perceber aí que as cenas são caricaturadas, e então, com o corte da cena, percebemos que estão mostrando a cena de mais um filme de ação que está sendo protagonizado pelo ator. Um erro na filmagem fez com que toda sequência fosse perdida. Surge então um diretor desinteressado que ouve uma queixa feita por Van Damme sobre o fato da cena não ter um único corte. Em suas palavras: “Já tenho 47 anos e estou um pouco velho para isso”.

JCVD é um filme que nos faz repensar Van Damme como um astro de filmes de ação

O filme retrata um Van Damme decadente, atuando em produções discutíveis, sendo processado por sua ex-esposa e ainda por cima é trapaceado por seu agente e com sérios processos financeiros. Van Damme então retorna à sua cidade natal na Bélgica por conta do processo de divórcio e a batalha pela custódia de sua filha. Quando ele chega em uma loja de conveniência para sacar um cheque, a loja é tomada por assaltantes e Van Damme se vê no meio do assalto. Entretanto um tremendo mal entendido o transforma no autor de um roubo à uma agência de correios na Bélgica.

A partir daí, o filme segue sua luta para sobreviver ao assalto e limpar seu nome de ser considerado um cúmplice do crime. A história do roubo é contada e recontada sob diversos pontos de vista e tudo é conduzido com muita tranquilidade pelo roteiro. Ao mesmo tempo, o filme examina as dificuldades que Van Damme enfrentou em sua vida pessoal e em sua carreira de ator, incluindo sua batalha contra a dependência de drogas e a sensação de estar preso em papéis estereotipados como lutador de ação.

O filme é uma mistura de comédia, drama e ação, e é amplamente considerado como um dos melhores desempenhos de Jean-Claude Van Damme em sua carreira e em determinado momento do filme, Van Damme faz um longo monólogo que faz pensar se ele está falando dele “personagem” ou ele “real”. Quem puder, assista ao filme. Não é uma superprodução, mas com certeza vale o tempo investido e acho que você vai se divertir.

Serviço

  • “JCVD” (JCVD), Bélgica, França e Luxemburgo, 2008 – Diretor: Mabrouk el Mechri – Com Jean Claude Van Damme, François Damiens e Zinedine Soualem – Trailer no YouTube
Publicado em:Opinião,Sem Pipoca

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