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O UBQ fracassou

Criar conteúdo digital não é uma tarefa fácil. As razões para isso são variadas e eu poderia justificar o fracasso do UBQ de várias formas. Sim… o UBQ fracassou em sua tentativa de se tornar um site de conteúdo e opinião. São mais de quinze anos buscando alguma relevância. tentando encontrar o tom, uma identidade. E é hora de assumir o óbvio: o UBQ é tão somente um blog pessoal. Continua sendo um blog qualquer, é verdade. Mas o fato consumado é que mais uma vez, fracassei. O UBQ fracassou em seus objetivos… e eu fracassei em criar o UBQ.

Eu ouvi muitas vezes que o formato “blog” estava ultrapassado e não despertava mais o interesse das pessoas. Como argumento, expliquei que a origem do UBQ era ser um blog, mas que com o tempo ele passou a publicar conteúdos de opinião, informação e entretenimento. Cheguei até mesmo a contar com colaboradores… os colunistas do UBQ. Mas talvez meu erro tenha sido trazer amigos que viam o UBQ apenas como um hobby, um passatempo, uma espécie de válvula de escape.

Eu buscava relevância, buscava audiência, buscava – por que não – alguma notoriedade. Eu queria no longo prazo poder ajudar na formação de opiniões, ser um referencial na área de tecnologia, participar de eventos, funcionar mesmo como uma influência digital. Mas isso requer dedicação, requer tempo e disciplina. Nas palavras de um dos “amigos do UBQ”, precisava de periodicidade, conteúdo e constância.

O resultado é que com o tempo, os colaboradores um a um se afastaram do UBQ. Hoje, apesar de vez ou outra ter uma contribuição com textos de outros autores, eu sou o UBQ… o UBQ é tão somente o Ricardo Marques. E o Ricardo Marques não tem dedicado tempo ao UBQ.

Eu poderia jogar a culpa no último problema de saúde que minha mãe teve. Ela foi acometida por um AVC isquêmico que realmente afetou não só os seus movimentos, mas também sua qualidade de vida. E nos últimos quinze dias eu basicamente vivi em função disso. Mas estes quinze dias não explicam os últimos quinze anos. Neste meio tempo eu lutei para sobreviver, trabalhei em empregos e funções que não deram origem a uma carreira… e eu já falei sobre isso em outros textos autorais. Mesmo hoje eu trabalho para pagar as contas. E as contas estão atrasadas… saí do funcionalismo público (um dia conto sobre isso…), tornei-me motorista de aplicativo e nem isso estou conseguindo fazer com sucesso.

Em resumo… estou perdido. E qualquer caminho serve quando não se sabe para onde estamos indo. E não seria justo deixar claro que o UBQ é somente aquilo que sempre foi… meu passatempo, meu hobby. Porque eu nunca tive a responsabilidade de tratar o UBQ como ele deveria ser tratado.

Isso quer dizer que o UBQ acabou? “Sim”… e também “Não”. O UBQ como eu fantasiei que ele seria acabou de fato. Não serei mais atrevido de posicionar o UBQ como um espaço de produção de conteúdos digitais, buscando parcerias, patrocinadores, contatos e algo do gênero.

O “Não” fica por conta da minha vontade de criar… vou continuar criando. Escrevendo meus textos, publicando meus podcasts e eventualmente gravando meus vídeos. Eu gosto disso e todo mundo precisa de um hobby, uma válvula de escape. Um passatempo…

Sim… é um editorial. Mas poderia ter sido um texto autoral, não é mesmo? Obrigado por estar aqui e participar de tudo isso.

Publicado em:Editorial

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