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A era Daniel Alves

Pode ser que estes tempos bicudos de nosso futebol passem para a história como a “Era Daniel Alves”. A diferença fundamental entre esta e a “Era Dunga”, é que seus nominados estão em extremos: Dunga teve tempo de se redimir. Daniel vai ter tempo de cavar o fundo do poço.

Jogador do Pumas, do México, que está em 16º num campeonato nacional periférico que conta com 18 times. Ele não entra em campo há dois meses, estando mais para um ex-jogador em atividade. Sua função será controlar Neymar, seja lá o que isso queira dizer, e não haveria nenhum problema nisso se o baiano de Juazeiro, maior vencedor de títulos da história, fosse contratado como Coach. Seria até honroso – se é que é honroso ser babá de marmanjo.

São três que atuam no Brasil: Weverton, goleiro do Palmeiras; Everton Ribeiro, meia do Flamengo e Pedro, atacante do Flamengo. Algum ataque de lucidez ou um revólver na cabeça fez com que Tite desistisse do no momento decadente Phillipe Coutinho e chamasse Everton Ribeiro. Já ficou demodê falar de um time em que quase ninguém jogue no Brasil. Desde Falcão, do Roma e Dirceu, do Atlético de Madri que compunham o elenco de 82, sempre tivemos “estrangeiros” na Seleção. Desde então, o time nacional que mais contou com atuantes no Brasil foi o de 2002, inclusive eram maioria, 13, inclusive foi o último que trouxe a taça para cá. Coincidência? Dá uma vontade danada de dizer que sim.

Está aberto o bolão com um bom prêmio para quem acertar em qual jogo Tiago Silva será Tiago Silva. Em qual jogo Neymar vai dar um catiripapo num gringo e o juiz vai fingir que não viu. Em qual jogo Gabriel Jesus vai perder o gol debaixo das traves – se é que não vai fazer um contra. Em qual jogo Casemiro não dará uma providencial botinada num atacante adversário que por sua vez irá parar nas redes com bola e tudo.

A convocação dos atacantes deu gosto: Neymar, Vinícius Jr, Antony, Rodrigo, Raphinha, Richarlison, Pedro, Gabriel Jesus e Martinelli – apesar de Tite ter chamado o Gabriel errado. Destes aí, serão utilizados uns três ou quatro. Gabigol iria esquentar banco.

O meio campo está dentro do possível, com a vantagem de qualquer um entre Bruno Guimarães, Casemiro, Fabinho, Fred e até Everton Ribeiro poder deixar de ir para em seu lugar ir Gustavo Scarpa.

Quanto aos zagueiros, pela primeira vez os melhores estarão na reserva. Talvez Tiago Silva e Marquinhos nem devessem ir. Éder Militão e Bremer são melhores – e não importa que não tenhamos a menor ideia de quem seja Bremer.

Os três laterais convocados são OK: Danilo, Alex Sandro e Alex Telles. Daniel Alves nós já convencionamos acima que não está indo para jogar, então nem conta. Os três goleiros, Alisson, Ederson e Weverton são bons mesmo, qualquer um é digno da titularidade. Como Weverton é digno do Palmeiras talvez levasse vantagem. Mas Tite irá com Alisson. Tá bom.

Por último, a camisa. Disseram que aqueles relevos são pintas de onça. Se teve que explicar que estrovenga era aquela, é porque ficou no mínimo esquisito. Várias seleções trazem bichos inclusive na parte mais nobre, o escudo. Assim é com o galo francês, os leões esticados ingleses, os leões estilizados nos africanos, o condor do México e até aquele ser mitológico do País de Gales. Mas a alusão à onça ficou ruim, principalmente no uniforme azul, geralmente até mais bonito que o amarelo.

Falando nisso, provavelmente teremos uma nova tradição em nossa camisa, e nisso acompanharemos países cujos mantos não correspondem a cores de sua bandeira: o azul na camisa da Itália, o laranja da holandesa, o verde na alemã e até o tom celeste da uruguaia, cuja bandeira nacional traz um azul mais escuro. Se a coisa se mantiver nessa toada, e parece que vai, seria uma jogada de marketing trazer a camisa vermelha com o escudo da CBF…

Publicado em:Crônicas,Entretenimento,Uma Copa Qualquer

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