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A vida alheia importa?

Será que ao levantarmos da cama, todos os dias, temos a real necessidade de saber sobre o que aconteceu na vida de alguma pessoa famosa? Ou ainda, será que realmente é necessário eu saber para aonde aquela pessoa que eu odeio, foi passar as férias? A vida alheia importa?

As pseudocelebridades

Esses dias, andei zapeando, no youtube. Sei que não deveria fazer isso, mas eu tenho um péssimo hábito de saber sobre vídeos novos nas recomendações do google. Encontrei um vídeo que falava mal de um perfil de redes sociais intitulado CHOQUEI. Mesmo para quem está alheio as novidades, como eu, sei que esse perfil é a nova Caras, ou a Tititi, que eram famosas revistas de fofoca dos anos 90.

Dessa forma, fica claro que com o advento da internet a fonte de pesquisa dessas páginas são as ações das redes sociais das pseudocelebridades. Esses sites de fofoca, ficam esperando qualquer atividade de alguma pessoa para jogar a noticia nas redes. Por vezes – e por falta de responsabilidade de um jornalista de verdade – notícias falsas são ventiladas e se espalham rapidamente. Causando um mix de emoções aos fiéis seguidores das celebridades. Esse fato, gera uma aglomeração de pessoas, uma verdadeira turba, que reage de forma instintiva (ou primitiva), contra a pessoa X ou a favor da pessoa Y. Qual a motivação? Então… não sei.

Essa idolatria é perigosa, você cria uma adoração a algo inalcançável, em que você é capaz de morrer para defender uma ideia ou alguém. A celebridade nem te conhece, nem sabe quem esse defensor ferrenho, que até já brigou com outras pessoas na internet. Tudo isso, em nome de algo ou de uma causa, que na sua cabeça faz total sentido, mas não é. O simples fato de você refletir sobre isso, ou ainda de falar sobre seus atos para outra pessoa, faz você pensar, que m… que eu fiz.

Caso “Choquei”

A página Choquei (que nem mesmo é uma página, mas sim um perfil de rede social), supostamente, criou uma notícia falsa sobre um relacionamento do humorista Whinderson Nunes, com uma pessoa “não famosa”. A menina em questão, começou a receber muitas mensagens ofensivas, de seguidores do rapaz. Com a alegação de que ela estava conversando com o Ídolo máximo de alguns. Nesse momento eu me pergunto: como pode isso? Na real, a menina nunca fez nada, toda a “notícia” (entre aspas mesmo) tinha sido falsa. Alguém no auge da sua incapacidade como ser humano, editou e publicou uma noticia falsa, sem checar fontes, meios, ou intenções.

Com isso, o temos o resultado mais triste dessa história toda: a menina que nada tinha a ver com a situação, sofria de depressão e tirou a própria vida (quero crer que um dos motivos seja tudo o que aconteceu). Segundo alguns vídeos do youtube, a menina até esclareceu o equívoco, mas o pessoal do Choquei ignorou prontamente as palavras dela. Ainda, supostamente, o próprio dono do perfil menosprezou o desabafo da menina. Acredito, que mesmo com uma retratação, o efeito não seria tão efetivo, do que a fofoca inicial.

Quem são os culpados?

Certamente, achar culpados e apontar dedos é fácil. Temos um perfil (página, sei-lá-o-quê… enfim) irresponsável, que não honra o jornalismo brasileiro, não respeita ética, não se preocupa com a origem licita das fontes. Apenas usa da sua influência para vomitar informações, o mais rápido possível para atrair o maior número de pessoas possíveis, para descolar patrocínio e monetização. Isso não é jornalismo, isso não é comunicação.

Eu como professor, sabendo das minhas responsabilidades e do meu papel diante das pessoas, me preocupo, com o que eu falo, como falo e pra quem eu falo. Por quê? A responsabilidade da minha influência é minha. A minha profissão é essa, então preciso fazer valer cada centavo que eu ganho. Eu tenho um compromisso com a sociedade e com as pessoas.

E eu nem estou falando do conteúdo. Acho que todos têm o direito de querer ter acesso ao que quiser, com relação a informações de qualquer tipo. Se pra ti é importante saber da vida pessoal de uma pessoa famosa, ok. Mas a partir do momento, que você age por impulso, levando você a responder, xingar, criticar, brigar, etc… por alguém, em nome de uma idolatria e dessa forma você fica responsável por causar mal a alguém e pra você está tudo certo, desculpe, mas que vida medíocre essa sua.

Publicado em:Amarelinhas,Crônicas,Entretenimento

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