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A longa espera de um Secretário de Escola

Em 2008 interessei-me por um concurso público para o cargo de secretário de escola. Aos aprovados, um salário inicial de R$ 964,00 acrescido de alguns benefícios. O local de trabalho seria em uma unidade escolar dentro da circunscrição da Secretária Estadual da Educação (SEE/SP), ou seja, qualquer escola pública do estado. O secretário ou a secretária escolar é responsável por boa parte da comunicação realizada com alunos, pais, responsáveis, além dos membros do corpo docente e da gestão educacional. Pelo menos essa é a teoria.

Fiz a inscrição em Junho de 2008 e a prova aconteceu em agosto do mesmo ano, sendo os aprovados divulgados em outubro. Aí veio a classificação: fiquei em 280. Nada mau para um concurso que contou mais de dez mil inscrito. Apesar da classificação já divulgada, os aprovados deveriam esperar a publicação com a data para escolha de vagas de acordo com a ordem de classificação. Eu ainda nem pertencia aos quadros do estado, mas já estava tendo uma ideia da morosidade da máquina pública.

O tempo passou e continuei meu trabalho em uma empresa privada. E ali, não havia nada muito promissor. Eu recebia um salário baixo agravado pelo fato de pessoas exercendo a mesma função que eu recebiam salários de R$ 1.500,00. E eu, menos da metade disso. Além disso, sem perspectiva de evolução profissional. O ambiente era hostil e desequilíbrio foi acabado com minha motivação. Realmente trabalhar naquela empresa tornou-se um grande problema. Algo que eu queria evitar a todo custo.

Para ajudar, problemas de saúde. Internações, afastamento do trabalho, crises de insônias. Muitas alterações na minha saúde. Então, entramos no ano de 2009 e nada de sair a tal convocação. Os problemas no trabalho continuavam e assim, desmotivado, ofendido e realmente irritado com a falta de respeito da empresa, resolvi me desligar e aguardar a convocação do Estado.

Chegamos ao mês de março que veio e foi embora sem nenhuma novidade, até que em abril, finalmente veio a convocação para escolha de vagas. Escolhi uma escola próxima da minha casa atual e também da minha casa futura. A escolha também foi feita de modo a facilitar o meu acesso ao transporte público para que eu possa frequentar mais uma vez a faculdade. O plano não era mais a medicina, mas se possível, Ciências Biológicas na USP.

A partir da escolha das vagas seríamos submetidos à uma perícia médica e – com tudo ok – seríamos nomeados e empossados. E daí, o exercício da função. Finalmente trabalhando (e recebendo). Eu fui à perícia em 25 de maio. E não fui aprovado… nem reprovado. O perito me reteve para uma nova consulta com um perito em endocrinologia. E a ele caberá habilitar-me… ou não.

Neste meio tempo, publicaram minha nomeação em 10 de junho. Ou seja, desde que meu lado esteja ok, basta ir à escola e tomar posse. E trabalhar, mas no pé atual da história até agora não me chamaram para a nova perícia. Já fui algumas vezes ao tal Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME) e em nenhuma destas vez consegui algo concreto. Já fui à escola onde escolhi minha vaga e solicitei a prorrogação de posse que precisa ser publicada em Diário Oficial para ter validade. E continuo aguardando… Sem perspectiva, sem notícias, preso às lentidões da máquina pública.

Por que escrevi tudo isso? Bom, porque não adianta entrar em pânico. Não adiantar brigar com ninguém. Mas isto estava entalado. Então meu blog serviu para me ouvir… mesmo que ninguém leia isto.

Publicado em:Crônicas,Entretenimento,Noites de Insônia

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