Uma notícia veiculada na rádio CBN nesta manhã constou o seguinte: sites como YouTube, Orkut, Facebook, Twitter e similares são classificados pela imprensa como “mídias alternativas”.
É um fato que muita coisa teve uma repercussão muito maior graças a sua discussão em sites de relacionamento: a morte do Michael Jackson é só um exemplo. Os problemas sociais do Irã, o acidente do avião da Air France e a explosão da crise na GM (que quase foi a falência) tiveram ampla discussão nestas mídias.
Que estes serviços funcionam muito mais do que um simples meio de troca de informações entre usuários já estava claro para mim há bastante tempo. Que estes sites pode servir como canais de comunicação eu também já sabia. Mas será que o termo “alternativo” é justo?
Não parece ser isso por vários motivos. O primeiro deles é justamente pelo fato de que “alternativo” é algo fora do oficial, algo que não é utilizado pelos meios comuns; aquilo que é fora do padrão. E já são muitos programas de rádio e TV, além de sites e veículos da mídia impressa que utilizam estes serviços.
Podemos citar exemplos: praticamente todos os âncoras da rádio CBN têm seus canais no Twitter. Muitos comunicadores de diversos programas também mantêm canais no Twitter e Facebook (Danilo Gentili Marcelo Tas são dois bem conhecidos). Sites de comércio eletrônico também estão lá divulgando promoções e ofertas. Jornais impressos como “O Estado de São Paulo”, “Diário de São Paulo” e “Folha de São Paulo” também divulgam notas por lá, além das revistas “Época” e “Veja”. Até mesmo os telejornais da Rede Globo estão divulgando seus canais.
O Orkut é um caso a parte… dada sua popularidade no Brasil, acaba perdendo confiabilidade pois a comunidade está repleta de perfis falsos. Parece que o mesmo irá ocorrer em breve com o Twitter. O caso mais célebre que temos notícia no Twitter é o “fake” do João Gordo brigando com o Danilo Gentili (do CQC). O caso teve repercussão em alguns noticiários da Web (Terra e Uol) e chegou até mesmo a ser discutido ao vivo no programa do João Gordo na MTV.
Se tantos canais “oficiais” utilizam os serviços como chamá-los de “alternativos”? Já fazem parte do cotidiano e serve como divulgação para algo maior. Exatamente como fazemos por aqui. Uma pequena chamada para algo maior.
Nas sempre há o ônus da história. Com amplo acesso a todas estas ferramentas, poderemos em breve dizer que a informação está em todo lugar e ao mesmo tempo em lugar nenhum. Diversidade de ideias… mas são tantas que você não terá como conhecer todas elas. E quando você tem 10 opiniões sobre um assunto, você pode analisá-las e formar uma opinião. Mas se você tem 1.000.000 de opiniões você não tem como formar uma opinião contestando ou concordando com tanta diversidade. Resultado: você acaba tomando mais ou menos umas dez opiniões para formar a sua. Dá quase no mesmo.
Ou pior, fala qualquer bobagem aumentando o número de opiniões sem nenhum fundamento. As mídias não são alternativas. O que temos são alternativas para buscar uma informação.