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Obrigado, William Forrester

Tecnicamente, estou em férias. Serão quinze dias para relaxar e repensar algumas coisas. Voltar a focar em tudo que é importante. O que planejei para as férias? Muitas coisas… planejei terminar alguns detalhes aqui da casa (as portas ainda não foram envernizadas, por exemplo), planejei arrumar o escritório (apenas coloquei minhas coisas lá, mas sem um critério muito definido para a organização dos itens), planejei atualizar o site (que está sem atualizações há quase três meses), planejei fazer caminhadas diárias (para ver se consigo abandonar o hábito de ir trabalhar com o carro).

E planejei também escrever aqui no UBQ. Afinal, escrever é uma das minhas distrações (apesar de que, algumas pessoas acham que eu escrevo minhas bobagens aqui e apenas isto) e espero realmente um dia ser um bom escritor, um bom cronista.

Essa história de tentar se tornar um bom escritor me fez lembrar do filme “Encontrando Forrester” onde o famoso escritor William Forrester (interpretado por Sean Connery) que vive recluso por conta de um trauma de família, ensina o jovem Jamal Wallace (interpretado por Rob Brown) que tem incrível habilidade com as letras a se tornar um grande escritor. Na verdade, a premissa do filme fala sobre a amizade e sobre valores como amizade, confiança e escolhas.

Em uma cena do filme Forrester e Jamal estão escrevendo de forma criativa. Forrester defende a tese de que primeiro escrevemos aquilo que nos vêm à mente. Sem nos preocuparmos demais com o conteúdo. Escrevemos com o instinto. Escrevemos com o coração. Em seguida, o texto precisa ser visto e revisto. Devemos encontrar as inconsistências, as repetições desnecessárias, as ideias que ainda não estão amadurecidas. Enfim, devemos lapidar o texto.

William Forrester ensina Jamal Wallace a escrever diretamente ao coração do leitor

O resultado final é um texto coeso, focado e que fala diretamente ao coração do leitor.

Minha intenção na verdade não era falar sobre este filme e sua história. Aliás, é um belo filme e vale a pena conferir. Eu gostaria de falar sobre algumas coisas que havia planejado para cá. Queria falar do meu entusiasmo pelo Windows Phone, das escolhas por dispositivos portáteis de comunicação (tablets, smartphones e netbooks), da situação dos funcionários da educação em São Paulo, da política e das CPI’s, de tudo um pouco.

Mas faltava-me a chama. Tentei escrever várias vezes e fui apagando tudo o que escrevi. Nada estava bom, nada estava adequado e não falava o que realmente eu gostaria de falar. Então, abri um novo texto. Com a lembrança do filme, resolvi usar a técnica de William Forrester. Resolvi escrever sem pensar. Apenas colocando minhas ideias no papel.

Depois li e reli aquilo que tinha escrito. Encontrei as inconsistências, as repetições desnecessárias… lapidei meu texto. E cheguei a conclusão de que eu estava falando exatamente o que eu queria de forma concisa, coesa e consistente.

O resultado é este texto… que nada tem a ver com as minhas ideias iniciais. Mas pelo menos escrevi aqui exatamente como eu gostaria.

Obrigado, William Forrester…

Publicado em:Crônicas,Entretenimento,Noites de Insônia

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