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Agora temos um Kindle para chamar de nosso

Para um estudante – e muitas vezes para os profissionais também – faz-se necessário ter uma boa quantidade de material de consulta: são livros, apostilas, manuais, anotações, diagramas, check-list, enfim… temos que ser uma biblioteca ambulante. No nosso caso, para poder estudar ou trabalhar – precisamos de material de consulta o tempo todo. A tarefa fica um pouco mais lenta, mas o resultado no geral é mais consistente.

O problema é que para isso, seria necessária de uma bolsa enorme para carregar o material. No caso do trabalho na escola são manuais e manuais de rotinas administrativas e legislações pertinentes. No caso da faculdade, são livros, artigos, resumos e exercícios. Enfim, é muita coisa para se carregar todos os dias.

Antigamente este seria um problema insolúvel. Mas a cada dia que passa surgem dispositivos (o que o pessoal descolado chama de gadgets, mas por aqui chamamos simplesmente de cacarecos) que nos auxiliam em tarefas rotineiras. Primeiro, nos rendemos ao Laptop. Depois, surgiu o Smartphone e agora, surge um e-reader. Agora temos um Kindle para chamar de nosso.

O que é um e-Reader?

Um e-reader, abreviação de electronic reader (leitor eletrônico), é um dispositivo portátil projetado principalmente para a leitura de livros digitais e outros conteúdos textuais. Ele utiliza tecnologia de tinta eletrônica (também conhecida como e-ink) para exibir o texto em uma tela que simula a aparência do papel, proporcionando uma experiência de leitura confortável para os usuários. Os e-readers geralmente possuem recursos como ajuste de tamanho de fonte, iluminação embutida, capacidade de armazenamento de muitos livros e bateria de longa duração, tornando-os uma opção conveniente e prática para os amantes da leitura.

Atualmente, existem diversos modelos no mercado. O Kindle é o modelo produzido pela Amazon, empresa que começou suas operações atuando como site de comércio eletrônico de livros e hoje atua em diversos segmentos do e-commerce. Algo parecido com o que temos aqui no Brasil com o Mercado Livre. Seus concorrentes são o Nook (Barnes & Noble), Kobo (Livraria Cultura) e até mesmo o Positivo Alfa (sim… eles também fazem e-readers). E, como em toda concorrência, existe uma variedade de formatos para livros digitais. Para simplificar, eu apenas citarei os dois mais populares: o ePub e o MOBI (este último é o padrão da Amazon).

O princípio de funcionamento é simples. Você compra o e-reader e adquire os livros digitais na respectiva loja virtual compatível com seu aparelho. A entrega é feita por rede Wi-Fi ou por conexão direta com o computador através de cabo USB. Basicamente ele tem um formato muito similar a um tablet, mas sem as funcionalidades de um. Ele pode (e deve) ser considerado literalmente um livro digital.

Sobre o Kindle

A Amazon desembarcou no Brasil no final de 2012 quando lançou por aqui a Loja Kindle Brasil. Em um primeiro momento, a empresa trouxe somente os leitor de livros e os respectivos títulos para leitura (a loja de livros online). Foram ofertados cerca de 1,4 milhões de e-books (sendo que mais ou menos 13 mil títulos são em português) e o preço de lançamento do aparelho foi de R$ 299.

Lançado em 2011, o Kindle 4ª Geração é a aposta da Amazon para o Brasil

O modelo de estreia no Brasil é o leitor de quarta geração da empresa, com tela de 6″ e pesando somente 170 gramas. Ele traz alguns botões de controle na parte inferior e botões nas laterais para auxiliar a troca de páginas. A versão mais simples traz Wi-Fi embarcado e de acordo com a empresa, ele comporta cerca de 1.400 livros em sua memória. A bateria é de longa duração e pode durar cerca de 1 mês antes de exigir uma nova recarga. Ele conta com suporte para configuração de brilho, contraste, tamanho de fonte, além de dispor de controle parental e dicionários embutidos.

A tela não é retro iluminada e conta apenas com tons de cinza. Versões anteriores traziam um teclado físico que foi aposentado nesta versão , assim a tela de 800 x 600 pixels e que consegue reproduzir até 16 tons de cinza limita o uso em ambientes escuros ou não iluminados, mas ao mesmo tempo, a leitura promete ser muita boa até mesmo em ambientes com muito sol ou fonte de luz intensa. Ah sim… a tela NÃO é sensível ao toque.

A conexão de dados e carregamento é do tipo micro USB. O modelo não traz um carregador próprio, apenas o cabo de dados, mas é possível usar o computador ou até mesmo um carregador de celular para carregá-lo.

A experiência com o Kindle

A primeira coisa que pudemos fazer com o Kindle foi reduzir a quantidade de papel transportado. Apostilas e documentos em Word e PDF puderam ser portados sem nenhuma dificuldade para o aparelho. A única limitação foi a ampliação: como ele só tem 6 polegadas, documentos formatados para o tamanho A4 podem apresentar uma redução drástica. Um zoom resolve, apesar de ficar mais desconfotável a leitura.

Exportar anotações e digitalizações também é possível e a bateria se provou muito boa. Com duas semanas de uso intenso, o aparelho não consumiu 50% da capacidade.

A tela inicial é também um pouco confusa. Os títulos são exibidos pelo critério de prioridade de leitura (o título lido recentemente é exibido em primeiro lugar). Ainda não mexi em todas as configurações, mas não encontrei nenhuma opção para alterar isto. A leitura é bastante confortável no formato padrão do Kindle, é possível aumentar e diminuir a fonte, mudar o estilo da letra, espaçamento entre linhas e até mesmo orientação da tela.

Imagens reais do Kindle por aqui

E os livros?

Pois é… esta é uma questão complexa. O Kindle é fornecido pela empresa Amazon.com que é uma gigante do comércio eletrônico no mundo. Aqui no Brasil ela opera atualmente com sua livraria digital. Então parece redundante dizer que o Kindle só lê livros comprados na livraria da Amazon.com.

A oferta de e-books no Brasil já é grande para títulos – digamos – populares. Podemos encontrar facilmente livros best-sellers como “O Código da Vinci”, “Cinquenta Tons de Cinza”, “Comédias da Vida Privadas”, entre outros. Pode também encontrar livros gratuitos (como as obras de Machado de Assis). Para livros mais específicos a oferta não é tão grande assim. E quando existem, custam bem mais caro na sua edição em português.

Um exemplo é o “Tratado de Medicina Interna” (Cecil). O livro em papel custa R$ 450,00 (no site Submarino.com), a edição Kindle sai por R$ 620,19 em português, R$ 206,50 na versão em inglês e R$ 195,75 na versão em espanhol. E parece que este ainda é um ponto fraco do Kindle. Livros de áreas consagradas como medicina, engenharia, administração e direito são fáceis de encontrar. Livros mais específicos (como na área de ciências biológicas), não.

Mesmo alguns livros populares não são encontrados no formato eletrônico. Procuramos por exemplo pelos livros do Harry Potter. Não encontramos nada nem em e-Pub nem em MOBI. Também não encontramos livros do Mário Cortella no formato MOBI, só no e-Pub.

Tecnicamente, o Kindle não é compatível com o e-Pub. Mas encontramos diversos tutoriais que ensinam a fazer a conversão de um formato para outro através de um programa chamado Calibre. Fizemos uma conversão teste a parece ter funcionado muito bem. Livros mais populares têm preço praticamente equivalente ao livro real ou ainda à sua versão em e-Pub. Um exemplo: o livro “A culpa é das estrelas” de John Green custa R$ 16,92 na Amazon (MOBI) e na Livraria Cultura (ePub). A versão impressa sai por R$ 19,85 na FNac.

Mesmo sem comprar nenhum livro digital, você pode usar seu kindle para ler documentos em PDF’s ou ainda baixar e-books gratuitos. Além disso, o Kindle vem com dicionários instalados em inglês, português, alemão, espanhol e francês.

O que dá para fazer muito bem no Kindle?

  • Ler livros eletrônicos em geral (da loja da Amazon)
  • Ler PDF’s

O que dá para fazer razoavelmente no Kindle?

  • Ler livros no formato e-Pub (não é o padrão do Kindle, precisa fazer uma conversão para ler os livros)
  • Ler documentos do Word formatados para o padrão A4
  • Usar redes sociais (como Facebook, Twitter) para interagir com as suas leituras no Kindle. Você pode publicar no Twitter um trecho que gostou em algum livro, por exemplo.

O que não dá para fazer no Kindle?

  • Ler no escuro (o dispositivo é desprovido de iluminação própria)
  • Navegar na internet (até dá, mas a experiência é horrível por conta das limitações do aparelho)
  • Receber/Enviar e-mails

Compensa?

Para o leitor eventual talvez seja mais interessante optar por um tablet e utilizar apps específicos para leitura. Tanto Amazon como as lojas que usam o e-Pub disponibilizam aplicativos para leitura compatíveis com o iPad e os diversos sabores do Android. O Windows RT e o Windows Phone também dispõem de aplicativos para esse fim.

Um e-reader vale a pena para quem precisa de um dispositivo leve, prático e específico para carregar livros e livros de consulta. É também indicado para leitores compulsivos. No nosso caso, compensou… e muito. O kindle reduziu o peso a ser carregado e permitiu ter sempre a mão leitura profissional, educacional e recreativa. Mas não se esqueça que o Kindle não é a única opção de e-reader.

Caso seja seu interesse, além do Kindle, pesquise sobre as opções da Livraria Cultura (Kobo) e opções de importados, como o Nook da Barnes & Noble.

Publicado em:Opinião,Produtos e Serviços

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