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E se…

E se tivessem ido Gabigol e Gustavo Scarpa, que nunca erram pênaltis?

E se tivessem jogado sem tanto preciosismo e em vez deixarem a defesa no mano a mano para tomar um gol de empate no contra-ataque, partissem para chutões na bola e nos croatas?

E se não pudessem jogar menores de idade em 58?

E se Vavá não desse aquele passo para frente da linha da grande área depois de fazer uma pênalti em um tcheco na final?

E se Weverton, que ajudou a nos dar a primeira Olimpíada pegando pênalti, jogasse hoje?

E se Cerezzo enxergasse que Paolo Rossi vinha correndo de trás antes de dar aquele passe?

E se Neymar não tivesse se contundido? Se Danilo não tivesse se contundido? Se Alex Telles não tivesse se contundido? E se Gabriel Jesus não tivesse se contundido – não na Copa, mas antes e daí não fosse ao Catar?

E se Zico “ouvisse seu coração”, como ele gosta de dizer, e não batesse aquele pênalti contra a França logo depois de entrar em campo?

E se Parreira não tirasse o badalado Raí, o camisa 10, e colocasse Mazinho nos mata-mata para que tivéssemos mais poder de marcação, afinal era mata-mata e quem resolvia mesmo estava lá na frente?

E se Zagallo seguisse a imprensa e a voz das ruas e não colocasse uma linha de ataque com Pelé, Tostão e Jairzinho?

E se Tite fizesse como Zagallo e ficasse a chacoalhar seus selecionados antes de uma disputa de pênaltis, batendo no peito deles e no escudo da CBF, encostando o dedo em cada uma das estrelas que o compunham?

E se Ronaldo concordasse em ceder seu lugar para Edmundo naquela final e talvez entrasse quem sabe no segundo tempo?

E se Felipão não deixasse aquele meio-campo tão leve, inclusive com o magrinho e baixinho Bernard contra a Alemanha no Mineirão?

E se Gabriel Jesus e Renato Augusto não pensassem em fazer coisas diferentes naquele gol contra a Bélgica?

E se Romário não se fingisse de morto, impedidaço que estava, naquele lance que gerou o gol de Bebeto, depois do qual ele homenageou o filho?

E se o meio-campo e zaga brasileiros não se preocupassem tanto com Maradona a ponto de deixarem de reparar em Canigghia?

E se Neymar e Ganso fossem convocados em 2010?

Nosso futebol tem tamanha riqueza, tamanha tradição e força, tamanhas possibilidades, que por vezes gostamos de considerar como seria se determinados detalhes fossem outros. E assim a gente acaba se esquecendo que as coisas se desenrolam o tempo todo exatamente como deveriam, nos deixando por vezes alegres, por vezes tristes, mas sempre fascinados.

Tanto é que podemos dizer sempre tranquilos “até 2026” porque dentre todas as milhares do possibilidades que uma Copa apresenta, nunca haverá a que considera que a gente não se classifique para um Mundial de Futebol.
Tem Copa em que somos geniais, tem Copa em que somos comuns. Assim é o Futebol. Assim é a Vida.

Publicado em:Crônicas,Entretenimento,Uma Copa Qualquer

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