Ricardo Marques
Olá e bem vindos à nossa resenha mensal de notícias de tecnologia. Um resumo dos principais fatos do mundo tecnológico para você ficar bem informado! Nesta edição, com as principais notícias do mês de março/2023, temos o Windows 11 e seus novos recursos, a integração do Google Pay ao Metrô de São Paulo, Amazon fechando lojas conceito, novas demissões na Meta, o novo concorrente para Uber e 99 na cidade de São Paulo, o upgrade do ChatGPT, o Vinil voltando aos tempos de glória, a South by SouthWest, o cancelamento da E3 em 2023, a morte de Gordon Moore, o foguete feito em 3D, o fim do suporte do Windows 7 e Windows 8 na Steam e a carta aberta alertando sobre os riscos da Inteligência Artificial. Vamos lá?
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Windows 11 ganha novos recursos
Essa aqui não é bem do mês de março, mas sim de 28/02. Como não deu tempo de publicar na edição do mês passado, ela entra na resenha deste mês. O Windows 11 é o sistema operacional mais atual da Microsoft e ele ganhou novos recursos em uma grande atualização do sistema. Os novos recursos devem ser disponibilizados para os usuários na sequência do mês de março.
Entre as novidades, destacamos o novo Bloco de Notas que agora passa a contar com suporte à abas. Além disso, surge o Phone Link para iOS que permite a integração do Windows com usuários do iPhone. Outra novidade é o Bing com ChatGPT disponível em uma caixa de busca direto da barra de tarefas. Surge também um novo atalho para a ferramenta de captura que facilita o trabalho de gravar a tela do computador. Por fim, o sistema recebeu melhorias na função de leitura de tela com suporte a mais modelos de telas em braille, o aplicativo Quick Assist também ficou mais intuitivo, novos widgets para o sistema e melhoria no preview de vídeo para o Microsoft Teams.
Caso você utilize o Windows 11, basta acessar a seção Windows Update no menu de configurações e caso o download já esteja disponível, é só selecionar e atualizar.
Metrô de São Paulo agora aceita Carteira do Google
Os pagamentos por meios digitais estão cada vez mais em evidência e agora os serviços públicos também estão adotando esta modalidade de pagamento. É o caso do Metrô de São Paulo. Atualmente, você pode adquirir passagens com dinheiro físico ou por meio do bilhete único. Mas com a nova parceria entre a Google e a empresa AutoPass, será possível realizar pagamentos usando cartão de crédito e débitos cadastrados na carteira virtual GPay.
A ideia é reduzir as filas para compra de passagens e facilitar o acesso aos trens dentro das estações. Com a parceria, o passageiro poderá adquirir até 10 passagens por meio do aplicativo sem cobrança de taxas adicionais. Já era possível utilizar o aplicativo TOP da empresa AutoPass ou então por meio do Whatsapp, mas agora você pode fazer isso diretamente pela carteira do Google Pay.
O acesso é feito diretamente pelo app Carteira e após selecionar a opção “Cartão de Transporte”, e informar a quantidade de passagens, bem como seus dados pessoais, o QR Code é disponibilizado para utilização nas catracas das estações.
Após demissões, Amazon fecha lojas físicas autônomas
As grandes empresas de tecnologia estão não só demitindo, mas também se reestruturando. Em janeiro, nós comentamos por aqui sobre a onda de demissões que assolaram o setor de tecnologia. Twitter, Facebook, Alphabet, Microsoft e Amazon são apenas alguns dos nomes que promoveram ondas de demissões, ou layoffs como o mercado corporativo vêm abordando a questão.
As demissões continuam, sendo que algumas das empresas anunciaram uma nova onda de cortes. Além disso, algumas delas reestruturou seu plano estratégico para promover corte de custos. É o caso da Amazon que decidiu pelo fechamento de oito lojas Amazon Go: uma rede de lojas de varejo operadas pela Amazon que utilizam tecnologia avançada para permitir que os clientes façam compras sem precisar passar pelo processo tradicional de checkout. Em vez disso, os clientes entram na loja com seu smartphone e escaneiam um código QR que os conecta à sua conta da Amazon. Em seguida, eles escolhem os produtos que desejam e simplesmente saem da loja, sem precisar passar pelo caixa.
O número parece pequeno, mas considerando que atualmente a empresa conta com cerca de 20 lojas neste formato temos um corte relevante. Anteriormente, a empresa já havia fechado 68 livrarias físicas nos EUA e Reino Unido. Em comunicado, a empresa diz que ainda está comprometida com o formato. Pode até ser, mas com certeza a conta não está fechando em algum ponto do processo. Tanto isso deve ser verdade, que posteriormente a este anúncio, a Amazon ainda promoveu mais um corte de funcionários, com demissão de mais 9 mil funcionários da empresa.
E por falar em demissões…. a Meta demitiu mais 10 mil funcionários
Na sequência da onda de demissões, a Meta – empresa controladora do Facebook, Instagram e Whatsapp anunciou um novo corte de funcionários. Desta vez serão 10 mil cortes, começando pelas equipes de tecnologia. Além disso, a empresa interrompeu processos de contratação para cerca de 5 mil novas vagas no mundo todo. Considerando todos os cortes, já são cerca de 20 mil funcionários dispensados da empresa de Mark Zukerberg.
A justificativa é a mesma desculpa furada de sempre: diminuição das receitas, reestruturação das operações e aprimoramento dos processos de gestão e planejamento estratégico. Apesar dos cortes, os funcionários contarão com suporte da empresa, como pagamento de salários adicionais, manutenção de plano de saúde por seis meses, além de suporte à carreira e apoio ao processo de recolocação profissional.
Uber e 99 terão novo concorrente na cidade de São Paulo
Quando falamos em transporte por aplicativos no Brasil, com uma ou outra exceção é inevitável pensar em empresas como a Uber ou a 99. Elas se colocam como empresas de tecnologia, mas sabemos que na prática funcionam como empresas que promovem transportes de passageiros. Lucros abusivos, altos valores na precificação das viagens e exploração da força de trabalho dos motoristas são as principais críticas aos serviços oferecidos por elas.
Pensando nisso, a Prefeitura da Cidade de São Paulo anunciou um novo serviço de transporte por aplicativo. Batizado de MobizapSP, o serviço – que é ofertado por um consócio privado, mas que leva a chancela da Prefeitura – promete quebrar o oligopólio da Uber e 99. O serviço propõe o fim das taxas dinâmicas, bem como a cobrança de uma tarifa fixa dos motoristas, além de promover um maior controle sobre os usuários do sistema, aumentando – em teoria – a segurança tanto para motoristas como para passageiros.
Com basicamente as mesmas funções dos aplicativos da concorrência, o serviço entrou em operação em 23 de março e na ocasião, o aplicativo já contava com 118 mil passageiros cadastros e cerca de 45 mil motoristas parceiros. Estreou com alguns tropeços e em dia de greve do metrô. Foi um dia complicado. Mas segundo os operadores do aplicativo, a experiência foi bastante positiva. Resta saber qual será a resposta da Uber e da 99.
O ChatGPT ganhou um upgrade em sua tecnologia
O ChatGPT com certeza foi o assunto mais badalado no mundo da tecnologia. Na verdade, não só a criação da Open AI, mas o assunto Inteligência Artificial como um todo. A plataforma vem sendo desenvolvida continuamente e agora chegou em sua versão GPT-4 que está disponível para os usuários da versão paga da plataforma, o ChatGPT Plus.
A empresa reforça que a nova versão é uma evolução da plataforma atual e não algo disruptivo com o que já existe. Na prática, o que fizeram foi usar o conhecimento adquirido com o ChatGPT 3.5 para criar uma plataforma mais estável. Sem contar que agora o sistema aceitará entrada não só de texto, mas também de imagens.
Apesar de suas notórias capacidades, a Open AI é cautelosa ao apresentar o potencial do sistema, afirmando que ela é menos capaz que um humano em diversos cenários, mas com desempenho bastante similar em várias tarefas profissionais e acadêmicas.
Venda de Vinil supera a venda de CD’s após décadas
A indústria da música já passou por diversas revoluções tecnológicas… inicialmente eram usados cilindros de cera que deram lugar aos discos de goma laca que tinham mais qualidade, mas eram frágeis. Os discos de goma deram lugar aos discos de vinil ainda na década de 40 e somente quase vinte anos depois chegaram as fitas magnéticas (as fitas cassetes). Depois disso tivemos a invenção do Compact Disc que por anos se tornou a mídia de referência para a produção musical.
No final da década de 90 surgiam os formatos digitais e paulatinamente os CD’s entraram em declínio. Hoje temos os serviços de streaming como principal meio de distribuição de conteúdo musical. Certo? Bom… mais ou menos. De acordo com informação divulgada pela RIAA (Recording Industry Associaton of America), em 2022 foram comercializados cerca de 33 milhões de CD’s. Um número considerável… mas ainda assim, menor que o número de discos de vinil: 41 milhões. E é a primeira vez que isso aconteceu desde 1987.
É claro que para o usuário mais comum, o streaming ainda é a principal forma para aquisição e consumo de músicas (cerca de 84% do mercado). Mas os audiófilos juram que a qualidade musical do vinil é muito superior aos outros formatos. O fato é que a fatia do vinil vem aumentando ano a ano, enquanto que o streaming vem experimentando uma diminuição nas vendas. Quem diria, não é mesmo?
E quanto aos eventos? Bom… tivemos a South by SouthWest
Realizada entre 10 e 19 de março, a South by SouthWest (ou simplesmente SXSW) é um festival anual de cinema, música e tecnologia realizado na cidade de Austin, no Texas, Estados Unidos. O evento surgiu em 1987 e se tornou um dos maiores eventos de cultura e inovação do mundo e é um evento importante para a indústria do entretenimento e tecnologia, e muitas empresas e artistas usam o festival como uma plataforma de lançamento para novos produtos, filmes, músicas e ideias.
E adivinha qual foi o tema principal do evento este ano? Ela mesma… a inteligência artificial. E os debates que rolaram por lá reforçaram que a tecnologia deve ser uma aliada a serviço das pessoas e não uma substituta delas. A mensagem foi clara: é fundamental entender que, qualquer nova inteligência que surgir, será um complemento ao trabalho do ser humano.
Talvez uma das frases de maior impacto tenha sido proferida por Amy Webb no segundo dia do evento: “A internet como conhecíamos acabou. Até aqui, você pesquisava na internet, mas de agora em diante, é a internet que vai pesquisar você”. Além disso, o evento contou com mais de 350 discussões e apresentações sobre temas como o futuro da indústria do entretenimento, sustentabilidade e questões sociais (incluindo energia e alimentos).
A Eletronic Entertainment Expo (E3) foi oficialmente cancelada
A E3 é uma das maiores feiras de videogames e entretenimento eletrônico do mundo. Ou pelo menos era… Conhecida por ser o local onde as principais empresas de videogames e tecnologia apresentam suas novidades em termos de jogos, consoles, acessórios e outras tecnologias relacionadas ao mundo dos games. A feira é um evento importante para a indústria de jogos eletrônicos, pois é um momento em que as empresas podem interagir com o público, mostrar suas novidades e gerar expectativa para o lançamento de novos produtos. Ou pelo menos, era…
Nos últimos anos, a E3 tem enfrentado alguns desafios em relação à sua relevância e importância, com algumas empresas optando por não participar do evento e em vez disso realizando seus próprios eventos e apresentações ao longo do ano. E parece que deu ruim. O evento não despertou o interesse das grandes empresas do setor e com isso a organização optou por cancelar a exposição, tanto na sua versão presencial, como digital. Em comunicado a ReedPop – responsável pela organização – afirmou que: “embora a E3 continue sendo um evento e uma marca amada, a versão de 2023 simplesmente não obteve o interesse sustentado necessário para executá-lo de uma maneira que mostrasse o tamanho, a força e o impacto de nossa indústria”.
Assim, com o anúncio de empresas como Microsoft, Nintendo, Sony e Ubisoft que não iriam participar da exposição, O evento perdeu relevância e não restou outra opção senão o cancelamento.
A morte de Gordon Moore
Um dos maiores paradigmas da indústria da computação estava relacionada à famosa Lei de Moore. Ok… não era exatamente uma lei, mas sim uma observação e uma projeção de uma tendência história relacionadas à indústrias de microchips e processamentos de computadores. De modo prático, a tal “lei” preconizava que o número de transistores em um circuito integrado dobraria a cada 18 a 24 meses, enquanto o custo de produção seria reduzido pela metade. Esta observação se provou correta ao longo dos anos, e se tornou uma previsão que norteou o desenvolvimento da indústria de microprocessadores.
A tal lei foi uma observação empírica feita justamente por Gordon Moore em 1965. Baseado em observações do mercado e do desenvolvimento da tecnologia, previu corretamente como seria o desenvolvimento da indústria de informática, influenciando a produção de dispositivos eletrônicos em geral, como smartphones, tablets e outros gadgets, tornando-os mais acessíveis e potentes. Apesar de algumas variações desenvolvimento da tecnologia, a lei continua sendo aplicada até hoje.
E no último dia 24, Gordon Moore faleceu aos 94 anos em sua casa no Havaí. Ele era formado em química pela UCLA com especialização em física pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia. Fundou a Intel em 1968 com Robert Noyce que acabou se tornando um referência mundial no mercado de microprocessadores.
A impressão 3D atingiu novos limites?
Quando falamos em impressão 3D muitas vezes pensamos numa impressora de bancada que é capaz de criar um ou outro cacareco em plástico polimerizado. Mas e se a tecnologia evoluiu além das impressões em termoplástico? Bom… pareceu que isso aconteceu, pois neste mês foi lançado ao espaço o Terran-1, o primeiro foguete quase inteiramente impresso em 3D produzido – ou melhor, impresso – pela empresa Relativity Space.
Ok… nem tudo deu certo e o segundo estágio acabou não funcionando. Mas a ideia era mostrar que um foguete impresso em 3D seria capaz de subir ao espaço e funcionar como um lançador orbital. Nesta primeira missão – chamada divertidamente de Good luck, Have Fun a empresa que o construiu – ou melhor, imprimiu – pretende usá-lo para envio de cargas de até 1.250 kg para órbitas baixas ao preço de US$ 12 milhões por lançamento.
De repente aquela peça em PLA que você imprimiu para decorar seu quarto perdeu a graça, não é?
Steam anuncia fim do suporte ao Windows 7 e Windows 8
A Steam é uma plataforma de distribuição digital de jogos para PC desenvolvida pela Valve Corporation. Lançada em 2003, a plataforma permite que os usuários comprem, baixem e joguem jogos em seus computadores, além de fornecer serviços como bate-papo, criação de grupos e comunidades de jogos. Ela se tornou um dos principais canais de distribuição de jogos para PC e tem um papel importante na indústria de jogos eletrônicos, permitindo que desenvolvedores de todos os tamanhos possam publicar seus jogos e alcançar um público global.
A plataforma roda sob vários sistemas operacionais: Windows, MacOS e Linux. Nem sempre todos os jogos são compatíveis, e a bem da verdade, os usuários do Windows são maioria por lá. Uma esmagadora maioria. São cerca de 96,37% de contas ativas rodando sob o Windows. E deste total, apenas 1,86% usa o Windows 7 ou 8.
Com isso, era inevitável que em algum momento a plataforma deixasse de oferecer suporte aos sistemas mais antigos. E isto de fato irá ocorrer a partir de 1º janeiro de 2024 conforma comunicado da empresa. De acordo com a nota, “Os recursos mais recentes do serviço dependem de uma versão incorporada do Google Chrome, que não funciona mais em versões antigas do Windows. Além disso, as versões futuras da Steam exigirão recursos e atualizações de segurança presentes apenas no Windows 10 e superior“. Descansem em paz, Windows 7 e 8.
Para Elon Musk, IA pode se tornar um risco para a humanidade
Ok… não foi só ele quem disse isso, mas que chama a atenção, chama. A organização Future of Life Institute divulgou no final do mês uma carta aberta assinada por diversos executivos do setor de tecnologia – entre eles, Elon Musk – onde eles solicitam que os laboratórios de inteligência artificial (IA) que interrompam imediatamente o treinamento de sistemas mais poderosos do que o recém-lançado GPT-4.
De acordo com a carta, as ferramentas de IA capazes de rivalizar com a inteligência em nível humano representam riscos para a sociedade e a humanidade. Diante disso, sugerem a paralisação dos trabalhos por pelo menos seis meses. “Os sistemas de IA contemporâneos estão se tornando competitivos em tarefas gerais, e devemos nos perguntar: devemos deixar que as máquinas inundem nossos canais de informação com propaganda e falsidade?”, diz a carta em determinado trecho.
A ideia da pausa é servir como um hiato para que sejam desenvolvidos e implementados protocolos de segurança em relação ao uso da tecnologia. É bom dizer que Musk não é o único conhecido entre os signatários. Temos nomes de peso por ali, como Steve Wozniak (fundador da Apple), Evan Sharp (fundador do Pinterest) e Jaan Tallinn (fundador do Skype), entre outros nomes. A carta em sua íntegra (em inglês) pode ser lida neste link.
Então é isso…
Este mês ficamos por aqui! Até nossa próxima edição com mais notícias do mundo da tecnologia e informação. Deixe seus comentário e opiniões para que possamos melhorar cada vez mais nossa curadoria de conteúdos.
Ficha Técnica Podcast
Podcast UBQ Tech News! – Episódio 03 – “Um Papo com ChatGPT”, 33min – mp3@128 kbps; publicado originalmente em 26/04/2023
Participação, Edição e Pós-Produção: Ricardo Marques
Trilha sonora
- “No! Yeah!” by LiQWyd
- “City Night Lights” by Bad Snacks
- “Blues Blast” by John Delay
- “Ocean” by Ehrling
Disponibilidade
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