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As Migrações Atuais

No começo do mês, quebrei o dedinho do pé esquerdo, ou popularmente chamado 4º artelho. Dessa forma, estou frequentemente usando aplicativos de viagem, tanto para ir ao hospital, quanto para trabalhar, devido a minha dificuldade para locomoção. Apesar do altíssimo custo dessa minha jornada, meu compromisso continua.

Gosto muito de conversar com os motoristas (sou bem freetalker, nesse aspecto), porque penso que o cidadão está o dia inteiro dentro do carro, de um lado para o outro, precisando desabafar. Então sempre puxo assunto sobre o aplicativo e sobre a vida de viajante diária. Dessa forma, consigo ver como o mundo atual está funcionando no que diz respeito as novas formas de vida e trabalho.

Muitos Emigrantes e Imigrantes

A minha cidade (Criciúma/SC) é bem conhecida pela sua diversidade étnica. Tanto é, que temos anualmente a Festa das Etnias (na prática, uma Quermesse), que celebra esse encontro de diferentes povos e descendentes. Apesar dessas celebrações fazerem referências aos fluxos migratórios do séc. XIX e XX, ainda vivemos em um local que recebe muitos migrantes.

A principal dificuldade para quem é migrante, que se vê obrigado a sair de seu lar, de sua terra, para ir para uma outra cidade é a falta de trabalho. Talvez por isso que os aplicativos de certa forma, acolhem essas pessoas. O número de motoristas vindos de outros locais do País e do mundo é bem alto, mas claro isso é apenas conhecimento empírico.

Já conversei com motoristas de Togo, Senegal, Nigéria, Haiti, Venezuela, Bolívia, de Belém, Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo, além de várias cidades do Rio Grande do Sul e de cidades vizinhas aqui de Santa Catarina. Alguns com 11 anos na cidade, outros com 3 meses. Criciúma se tornou um ponto de migração novamente, assim como nos séculos passados.

Todo mundo só quer ter uma vida decente

Pessoas diferentes, com histórias próprias de vida, tentando sobreviver em uma cidade acolhedora. Reflita, e se fosse você? Sendo obrigado a sair de sua origem, de sua essência para buscar uma nova vida, um lar, uma segurança. Pessoas que abandonaram suas profissões e suas famílias para rodar o dia todo pela cidade contando os centavos para pagar o combustível.

Com toda a certeza essas pessoas são iguais a você, tão diferentes mas com o mesmo objetivo.

Publicado em:Amarelinhas,Crônicas,Entretenimento

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