Menu fechado

Confesso – Julia Fischer

A Confissão

Confesso, já tive uma paixão platônica por Julia Fischer. Deveras, fui tocado pelo olhar cerrado, em que a pessoa se esconde para virar apenas arte e ser vista apenas pela sensibilidade. Sim, sua obra é em música mágica colocada pelas notas sobre notas, tantas notas que não se anotam. Isso torna tantos notas vivas que se faz um Vivaldi tão lindo quanto o original, o que não é nada mal. Ademais, pelas inglórias do destino, estar tão próximo e tão aflito, só me revela que preciso de bem mais que qualquer sorte lançada. Portanto, tomado pelo receio de viver apenas pelo som sem igual é me ver como fumaça, um ar irrespirável que não sustenta, só polui.

O Pecado

Penso em estar e penso em ser. Porque não, penso em amar sem me saciar e penso em vibrar em sons o ar. Para tanto, posso deixar de viver pela vida e ser apenas pontual e viver cada segundo de forma tão carnal. Isso significa que do verão posso ser apenas sombra e no inverno, de tanto amor, poderei derreter. Assim é o prazer, cuja paixão se revela o maior bem de um homem. Analogamente, também é aquele em que o dinheiro não compra e em que os deuses nos invejam. Por conta disso, nota-se tudo que me encanta em premissa, ter paixão significa fixar em teu corpo o meu espaço, deixando meu colo para sua morada.

A Penitência

Ainda que fosse outono, o tempo das folhas secas, ou se fizesse as flores da estação mais bela, a primavera, permitiria qualquer trocadilho. Por fim, trocaria as estações, por aquela em viajamos juntos, de mãos dadas, nos provando em cada vagão do último trem. Julia Fischer se destina a mim, pelo querer simples do desejo. Antes de tudo, já se fazia a música que nos unia, enlaçando-nos na história para que fossemos sós. Desse modo, em nossos sóis tão distantes, um selar de lábios seguidos de todos os braços entrelaçados.

Publicado em:Crônicas,Entretenimento,O Sujeito Oculto

Conheça também...