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Confesso – Koyuki Kato

A Confissão

Confesso: já tive uma paixão platônica por Koyuki Kato. No fundo, quando toda filosofia em que me apego parece perdida é para o Oriente que olho. Sempre como se enxergasse em cada nascer do sol uma força misteriosa que me desse uma nova vida além das cinzas. Enquanto estou à deriva, machucado de tantas guerras, perdido entre os sóis e as trevas, essa é minha redenção. Assim, esculachado pelo vicio bandido de nunca estar onde fico, o mundo é minha morada, com diversas casas além do infinito. Portanto, desejo aqui, à sombra desse poder hipnótico, dessa mulher que guarda os segredos de todas as tentações possíveis, viver somente por ela. Enfim, sem pensar em seguir qualquer outro caminho.

O Pecado

Às vezes, pareço um Prometeu em punição ou um Fênix em ressureição. Então, Ocidente e Oriente, dois lados tão opostos e contraditórios, tão juntos em harmonia. Se possível, nasceria todo dia no olhar enigmático de Koyuki, caminharia por entre a íris e a pupila, sendo apenas seu em seu próprio íntimo. Todavia, já aproveitaria o espaço, seria seu bailarino em cada gesto, juntos e próprios, em nossos próprios corações recém descobertos. Logo, por te acalentar em noite fria e te ver em vislumbre ardente, saberemos pelo toque entre as peles, o que o mundo nos reserva. Então, escasso o tempo, perderíamos em espaço em nossos colos bentos.

A Penitência

Por assim dizer, não há nada mais a temer, nem a se curvar para agradecer, nem se ajoelhar a pedir. Pois somos só desejo, escorremos pelos corpos como a um rio entre as montanhas, transpomo-nos o obstáculo à frente e seguiremos sem mudar nossa rota. No fim do dia, quando o horizonte se quebrar entre a escuridão e o receio, te pedirei um beijo e seremos nós novamente. Definitivamente, seremos os últimos exemplares de nossa nobre espécie.

Publicado em:Crônicas,Entretenimento,O Sujeito Oculto

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