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Funcionário público… trabalha por vocação ou necessidade?

Um dos chavões populares diz que “Todo funcionário público é encostado”. Quem é funcionário público fica mordido com a fama de preguiçoso e incompetente e tenta desfazer a má fama. A questão é: será que a fama é merecida?

Bom, desde o último dia 24 sou funcionário público. Trabalhar para o Estado nem sempre significa trabalhar com aquilo que se pretende. As funções disponíveis na maioria das vezes são burocráticas e/ou mal remuneradas. Outro fator é que muitas vezes o setor privado paga melhor. Assim, um médico ou um engenheiro ganhará mais trabalhando no setor privado do que no público. E para algumas funções de nível médio, a situação é ainda pior. Pois a remuneração é ruim em ambos os casos (público ou privado) e aí, a escolha pelo público recai na questão da estabilidade. Pelo menos o emprego público é garantido. Porque em tese, você tem alguma estabilidade.

A consequência é que em sua maioria, funcionário público está lá trabalhando em determinada função pelo salário. E apenas pelo salário. Dane-se a vocação… dane-se a dedicação. Infelizmente, muitos pensam assim. E isso gera muitos problemas. O principal deles, em minha opinião, é que o serviço acaba sendo executado muitas vezes por pessoas desmotivadas que só estão pensando em seu salário e não gostam nem um pouco do que fazem.

Tenho que pegar meu exemplo… infelizmente advogar quase em causa própria… Em uma escola por exemplo: alguns professores por motivo de saúde são readaptados para trabalhar em outras funções. Então vão para – de acordo com meu exemplo – para a secretaria da escola. Trabalham mal, com pouca ou nenhuma dedicação e de forma pouco produtiva e eficiente. Na verdade, só o fazem pela famosa “obrigação em fazer” que faz parte do Estatuto do Funcionário Público.

Aí, alguém pode estar pensando que uma boa conversa pode resolver a situação. Ledo engano. O fato de que na coletividade impera o a filosofia do “trabalho mínimo” faz com que quem queira trabalhar de verdade seja visto com desconfiança e até mesmo como um inimigo. E nesta luta pelo trabalho competente contra o desinteresse pela eficiência e o bom trabalho, o mais comum é que as pessoas desistem de mudar e acabam adotando a máxima “se não pode contra eles, junte-se à eles” ou então desistem e procuram outra coisa para fazer.

Dinheiro é importante? Claro… sem ele não podemos continuar a tocar nossas vidas. Não podemos realizar projetos. Mas o salário, o dinheiro é só parte da vida. Será que ninguém se importa em fazer um bom trabalho e poder encostar a cabeça no travesseiro a noite e dormir tranquilamente sabendo que fez o seu melhor? Será que ao menos não podemos pensar em executar o que precisamos fazer com algum grau de excelência?

Sei lá… só acho que se algo tem que ser feito. Que seja bem feito. Normalmente isso evita o retrabalho… evita dissabores e problemas futuros. Mas eu tenho menos de uma semana de funcionalismo público… então… neste momento eu só acho… só acho.

Publicado em:Opinião,Pitacos na Política

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