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Autoestima e força de vontade

Esta história não é minha. Tampouco o texto é meu… é um excerto da uma reportagem da revista Veja publicada em 26 de janeiro de 2005 por ocasião do aniversário da cidade de São Paulo. A ideia da reportagem era mostrar como a cidade poderia ser acolhedora e uma terra de oportunidades para quem tenta a sorte nela. Mas eu vejo a história de uma outra forma. Para mim é uma história que conta a trajetória de méritos de alguém com muita força de vontade e perseverança. O que reforça a autoestima de qualquer cristão que queira lutar pelos seus sonhos…

Bom, leia e tire suas conclusões…

José Osmar Medina Pestana – Médico e referência mundial em transplante renal. E que história de vida!

De Torneiro Mecânico a Doutor

Publicação original: Revista Veja São Paulo em 26/01/2005

Ninguém de Ipauçu, no sudoeste do estado, botou fé quanto José Osmar Pestana se mudou para São Paulo decidido a virar doutor. Em sua cidade, parecia sonhador demais um filho de pedreiro e costureira entrar numa disputada faculdade de medicina. Ele tinha 19 anos, e o plano que arquitetou era ambicioso mesmo: trabalharia um ano, guardaria dinheiro para o cursinho e passaria no vestibular. “Olhando para trás, vejo que era quase impossível”, diz.

“Mas São Paulo dá oportunidades para quem tem um objetivo e está disposto a batalhar por ele.” Alugou um quarto de pensão e arrumou emprego de torneiro mecânico numa fábrica em Santo Amaro. Fazia engrenagens para o carro Maverick que a Ford acabara de lançar.

Pediu demissão depois de doze meses e se matriculou em um cursinho, exatamente como planejara. Por uma semelhança física com o professor de português (Antonio Medina), passou a ser chamado de Medina. A brincadeira continuou na faculdade e na residência, ambas na Escola Paulista de Medicina, atual UNIFESP.

Acabou por adotar o nome, que agora estampa seu RG e o título que ele recebeu há sete meses do Royal College of Surgeons um das mais antigas entidades médicas da Inglaterra. Foi uma homenagem a seu trabalho à frente do setor de transplantes do Hospital do Rim e Hipertensão, na Vila Clementino, recordias mundial de transplantes de rim (618 apenas em 2004), mais que o dobro do total da Universidade do Alabama, número 2 da lista.

No fim do dia ele gosta de pendurar o jaleco e jogar bola. Treina no gramado do Jockey Clube, perto do bairro onde mora, o Jardim Panorama. Uma vez por mês, muda o endereço do futebol para Ipauçu natal. Passa o sábado como médico voluntário e, em seguida, convida os conterrâneos para uma pelada.

Palavras finais

Eu consigo contar nos dedos das mãos os bons médicos com quem tive o privilégio de conviver durante minha permanência na faculdade de medicina. Conheci bons médicos com histórias de vida igualmente fantásticas. E vez ou outra eu volto a este texto para relembrar esta história. Afinal de contas, ele revolucionou sua vida para se tornar exatamente aquilo que ele gostaria de ser.

Não tenho a pretensão de ser uma referência tal como o Dr. Medina. Mas espero que eu encontre em mim a mesma força de vontade de revolucionar minha vida para me tornar exatamente aquilo que eu desejo ser.

Publicado em:Opinião,Papéis Avulsos

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