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A legitimidade de Francisco Everardo

O cidadão Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como o palhaço Tiririca candidatou-se ao congresso nacional e foi eleito por quase um milhão e trezentos mil votos. Duas questões precisam ser consideradas. A primeira: eu concordo com a candidatura? E a segunda: já que ele ganhou eu concordo que ele assuma o cargo?

A primeira é de fácil resposta: não. Não concordo com sua candidatura e nem com sua proposta “pior do que está, não fica”. A segunda é um pouco mais complicada para se responder. Vários analistas políticos demonstraram que a candidatura do Tiririca foi apenas para conquistar votos para outros candidatos da legenda. De fato, sua votação expressiva permitiu que outros candidato fossem eleitos. Pelo quociente eleitoral, outros três deputados de sua coligação foram eleitos. Será que alguém aí conhece Otoniel Lima, Vanderlei Siraque e Protógenes Queiroz? Ok… este último você talvez conheça, mas só se for corintiano roxo.

Mas será que isto é válido? Colocar uma pessoa semianalfabeta para garantir interesses partidários? Em seu teste de alfabetização, provou-se que ele é analfabeto funcional. Identifica letras e números e soletra palavras, mas não as compreende. O ministério público entendeu que isto é suficiente para a investidura no cargo e aprovou o deputado. Da mesma forma que a Dilma se elegeu graças ao personagem Lula, o mesmo ocorreu com o cidadão Francisco Everardo… ele se elegeu graças ao personagem Tiririca. Ou alguém acha que caso ele se apresentasse ao público como Francisco Everardo trajado socialmente, ele teria algum voto?

Sua votação o torna um legítimo deputado… sua (falta de) formação, seu (des)preparo e a postura de seu partido o torna uma escolha equivocada. As leis que permitem que equívocos como este ocorram torna a representação popular no congresso cada vez mais ilegítima.

E só para constar e ficar no registro histórico… o PR, partido do Tiririca fez parte da coligação que elegeu Dilma Rousseff e em 2006 elegeu 23 deputados. Este ano foram 41 deputados. O impulso na bancada não foi só graças ao Tiririca, mas de outros nomes igualmente questionáveis (embora o sejam por outras razões), tal como Anthony Garotinho no Rio de Janeiro, segundo deputado federal mais votado no país e que carregou mais três ilustres desconhecidos para o congresso. E com isso, o PR terá a quinta maior bancada na câmara.

Publicado em:Opinião,Pitacos na Política

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