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Terraplana – Exílio

Buenas, pessoal! Hoje a resenha será sobre o álbum da banda Terraplana – Exílio.

Até que enfim o inverno e sua cara mais soturna resolveu dar o ar da graça por aqui. Dias que escurecem mais cedo e demoram mais para raiar tem sido a tônica do clima da Pauliceia nestes tempos. E eu acho ruim? Nem um pouco!

Uma caneca de chá, manta e uma boa trilha sonora farão com que enxerguemos diferentes matizes em meio ao cinza. E é sobre uma dessas boas companhias musicais a resenha de hoje.

A banda Terraplana e o álbum Exílio

Nada seria mais perfeito para uma tarde de inverno do que o “EP” de lançamento dos curitibanos. Etéreo e frio, o EP traz uma banda que se fartou na fonte dos ingleses do começo dos anos 90. Como exemplos: My Bloody Valentine, Ride, Swervedriver e afins.

Esporrento, cheio de guitarras, de efeitos e ruídos, geram um caos sonoro para fazer um contraponto com as vozes etéreas que são colocadas em segundo plano. Aliás, propositadamente como um elemento a mais no som da banda. E elas estão ali, parecendo que surgem aleatoriamente em seus ouvidos, como se de lá nunca tivessem saído. Uma viagem sonora. Simples assim.

O álbum Exílio
O álbum Exílio

Formada por Vinícius Lourenço (Vocal, guitarra, sintetizador), Stephani Heuczuk (Vocal, baixo), Matheus Teles (Vocal, guitarra) e Wendeu Silverio (Bateria), eles fizeram o que boa parte das bandas gostaria de fazer… mas nem sempre conseguem: todo o álbum foi gravado, mixado e masterizado pelo próprio Vinícius, em seu quarto.

Vinícius, Stephani, Matheus e Wendeu formam a Terraplana
Vinícius, Stephani, Matheus e Wendeu formam a Terraplana

E o resultado é pra lá de caprichado. Um disco feito com esmero e conhecimento de causa. Coisa que em qualquer país do mundo que leve o rock um pouco mais a sério, teria um reconhecimento pra lá de merecido.

Um som etéreo e com um certo shoegazer

Todos os clichês do que os ingleses convencionaram a chamar de “shoegazer” estão por aqui: guitarras cheias de efeitos e distorções, o baixo marcado e a bateria que explode no mesmo compasso das guitarras.

E isto, além da “eteriedade” em que as vozes surgem, nos trazem a sensação de estarmos em outra realidade, algo similar a um sonho. Como nos desenhos animados em que estes aparecem com um “filtro” que mudam a percepção do que é ou não real.

Assim como suas letras reflexivas e subliminares que desejam transmitir algo, as sensações são muito mais ativadas pela catarse sonora do que por qualquer palavra de ordem.

E essa talvez seja uma das coisas mais legais desse álbum: dizer tudo o que precisa, mesmo sem ter que ser panfletário.

E aí? Qual o veredito?

Com Exílio, o Terraplana te faz viajar sem sair da cadeira. Basta por os fones de ouvido e se deixar levar.

Coisa fina. Aproveite para ouvir…

Ouça no player, as músicas do Terraplana – Exílio

E, para alguns, em um primeiro momento, pode parecer indigesto, devido a quantidade de ruídos, efeitos e distorções. Mas, uma audição criteriosa e despida da zona de conforto encontrará melodia e calmaria em meio ao caos.

Áspero e frio (no melhor sentido da expressão), mas reconfortante e sereno como uma tarde de inverno. Longa vida ao Terraplana!

Logo menos, tem mais!

Publicado em:Disco da Semana,Opinião

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