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Copa do Mundo Catar 2022… o Dia Seguinte

Parece que foi ontem… e foi mesmo. Após uma decisão das mais empolgantes dos últimos tempos, quando a Argentina conquistou o seu tricampeonato mundial em uma campanha fantástica. Que jogo… que final…

Mas toda copa do mundo chega a seu final. E o dia seguinte, é o momento de olharmos para o todo. Olhar com calma os fatos e acontecimentos. Ler e interpretar os números. E hoje, apesar do tema ser futebol, o que faremos é apresentar estes números para você.

Última disputa com 32 seleções

Desde 1998 a copa do mundo é disputada com 32 seleções. Na história, começamos com 13 equipes em 1930 e com o tempo o número só aumentou. Para 2026 está previsto o aumento para 48 seleções.

Mas nesta copa, foram só 32 mesmo. Os times foram separados em 8 grupos com 4 equipes que jogavam entre si em turno único. Os dois melhores times avançavam para as oitavas-de-final.

A copa dos acréscimos

Com este formato, tivemos então 64 jogos, sendo 48 na fase de grupos, depois 8 nas oitavas, 4 na sequência, depois 2 e aí mais dois jogos… Um pela decisão do 3º lugar e outro pela grande final. Pela regra, cada jogo tem 90 minutos de duração (sem contar as prorrogações do mata-mata), mas o juiz pode conceder minutos de acréscimos para compensar eventuais paradas nos jogos.

Mas desta vez parece que a arbitragem queria ver a bola correndo mesmo. No total, foram concedidos 676 minutos de acréscimos, com 10 minutos de acréscimo por jogo, em média. Isso quer dizer, que só em acréscimos foram quase 8 jogos adicionais. Muita coisa.

Mais tempo de bola rolando… mais gols.

Nesta copa foram marcados 172 gols. A maior marca na história das copas, superando inclusive os mundiais de 1998 e 2014 que contaram com 171 gols. Isso dá uma média de 2.69 gols por jogo. A maior goleada foi o 7×0 da Espanha contra Costa Rica e desta vez tivemos vários 0x0 na fase de grupos. No total foram seis jogos com placar zerado na fase de grupos. Depois, só mais um placar zerado… Marrocos e Espanha em partida válida pelas oitavas-de-final. Na ocasião, o Marrocos acabou levando o jogo nos pênaltis.

E outro fato é que os gols saíram mais no segundo tempo. De todos os gols, 105 deles foram marcados no segundo tempo ou na prorrogação.

E de todos os gols, apenas dois deles foram contra.

Quando não temos gols, temos as finalizações

Nem sempre o chute a gol entrava na rede, mas nesta copa tivemos uma média de 8,23 chutes a gol por partida. Uma média baixa, pois só superamos a copa de 2018.

Assistências

Para chegar ao gol, os artilheiros precisaram muitas vezes que os times construíssem as jogadas. E aquele passe fantástico que coloca o jogador na condição de gol é a tal da assistência. E nesta copa, tivemos 118 delas. A segunda maior média das copas com 32 equipes. E os grandes assistentes desta copa foram Griezmann, Bruno Fernandes e Harry Kane. Cada um deles com três assistências.

Pênalti também é gol

O VAR surgiu em 2018 e foi o responsável por encontrar pênaltis em profusão nos jogos. Em seu modelo 2.0, o VAR também apareceu bastante para auxiliar os juízes em suas decisões. E nesta copa, tivemos 23 penalidades assinaladas, seja por decisão direta do árbitro ou após revisão do VAR. E destes, foram convertidos 16.

Nesta conta, não entram os pênaltis cobrados na decisões por pênaltis. Mas é bom lembrar que tivemos cinco decisões por pênaltis. Inclusive a grande final. Um recorde nas copas.

Faltas, Cartões amarelos e vermelhos

A falta faz parte do jogo e contabilizar o total seria uma loucura… mas na média foram 24,65 por jogo. Comparativamente às edições anteriores foi uma copa bem menos faltosa.

Também foram poucos os cartões amarelos. Uma média de 3,43 por jogo, mas quero lembrar o jogo entre Holanda e Argentina que foi com certeza o jogo com maior número de cartões nesta copa. Nada menos que 18 cartões. Realmente foi o ponto fora da curva.

Em relação aos cartões vermelhos, foram só 4 cartões e mesmo assim alguns não foram nem por violência. Caso do técnico da Coreia do Sul, expulso por reclamação e um outro dado porque o jogador de Camarões tirou a camisa na comemoração do gol contra o Brasil e levou o segundo amarelo. Então podemos dizer que os jogadores foram comportados.

E dentre os mais comportados, uma menção honrosa para a Inglaterra que levou apenas um único cartão em seus cinco jogos. Já a Arábia foi a que levou mais cartões… 14 no total e tudo isso em apenas 3 jogos.

Outros números

Outro número interessante é o tempo de posse de bola. Em média, a Espanha deteve a posse da bola por mais tempos, cerca de 75,8%. Curiosamente, nem França nem Argentina constam no pódio da posse de bola.

Mas a Argentina foi líder no número de passes. Foram simplesmente 3.954 passes dados nesta copa. A França por sua vez finalizou mais. Foram 102 finalizações. Argentina ficou em segundo com 96 e o Brasil – quem diria – ficou em terceiro com 95 finalizações.

O artilheiro da copa foi Kylian Mbappé com 8 gols. Messi veio na sequência com 7 gols. Depois tivemos Julián Alvarez (ARG) e Olivier Giroud (FRA) com quatro gols cada um. No Brasil, o artilheiro foi Richarlison, com três gols marcados.

Lionel Messi foi escolhido o melhor jogador da copa e por isso foi premiado com a Bola de Ouro. Mbappé ficou com a bola de prata e Modric ficou com a bola de bronze. A luva de ouro ficou com o goleiro argentino Emiliano Martínez e Enzo Fernandez (ARG) levou o prêmio de jogador revelação.

Classificação final da Copa do Mundo do Catar

Finais

  • Campeão: Argentina
  • Vice-Campeão: França
  • Terceiro Lugar: Croácia
  • Quarto Lugar: Marrocos

Quartas-de-Final

  • 5º Lugar: Holanda
  • 6º Lugar: Inglaterra
  • 7º Lugar: Brasil
  • 8º Lugar: Portugal

Oitavas-de-Final

  • 9º Lugar: Japão
  • 10º Lugar: Senegal
  • 11º Lugar: Austrália
  • 12º Lugar: Suíça
  • 13º Lugar: Espanha
  • 14º Lugar: Estados Unidos
  • 15º Lugar: Polônia
  • 16º Lugar: Coreia do Sul

Fase de Grupos

17º Lugar: Alemanha21º Lugar: Tunísia25º Lugar: Arábia Saudita29º Lugar: Sérvia
18º Lugar: Equador22º Lugar: México26º Lugar: Irã30º Lugar: País de Gales
19º Lugar: Camarões23º Lugar: Bélgica27º Lugar: Costa Rica31º Lugar: Canadá
20º Lugar: Uruguai24º Lugar: Gana28º Lugar: Dinamarca32º Lugar: Catar

E além das premiações em títulos e troféus, as seleções também receberão uma premiação em dinheiro, de acordo com a classificação final dos times:

  • Campeão: US$ 42 milhões
  • Vice-Campeão: US$ 30 milhões
  • 3º Lugar: US$ 27 milhões
  • 4º Lugar: US$ 25 milhões
  • Eliminados nas quartas-de-final: US$ 17 milhões
  • Eliminados nas oitavas-de-final: US$ 13 milhões
  • Eliminados na fase de grupos: US$ 9 milhões

E agora que já falamos dos prêmios e dos números. Chegou a hora de fazermos o nosso balanço final de nossa cobertura desta copa do mundo.

Uma Copa Qualquer?

É claro que nenhuma copa é “qualquer”. Apenas fazemos uma brincadeira com nossa origem. Somos um blog qualquer e falamos sobre qualquer assunto interessante. E Copa do Mundo… bom… ela está no nosso DNA já tem um bom tempo.

As Crônicas da Copa e as Crônicas do Catar

E fizemos muita coisa para esta copa. Antes mesmo dela começar. Tudo começou com as “Crônicas das Copas”, uma série de textos produzidos pelo Michel Vieira que abordou cada uma das copas já realizadas. Mas ao invés de falarmos do lugar comum, optamos pelo inusitado. Optamos por contar excertos que nem sempre estão nas manchetes, mas que contam boa parte da história dos mundiais. Foi uma verdadeira maratona que você precisa conferir.

Durante o mundial, o Michel voltou a escrever para o UBQ, mas desta vez foram as ‘Crônicas do Catar“, onde ele usou momentos específicos da competição para escrever de forma tocante sobre futebol que víamos na copa. Ah sim… na série das “Crônicas do Catar” tivemos a estreia do nosso novo colega de redação, o Luciano Duran que também participou desta cobertura.

As resenhas diárias dos jogos

Nós também fizemos nossa cobertura tradicional, com as resenhas da rodada. Todo dia que teve jogo, teve resenha dos jogos. E em alguns momentos foi uma verdadeira maratona. Principalmente nos dias em que na fase de grupos tivemos quatro jogos. Foi uma maluquice, mas que deu certo. Foram ao todo 31 resenhas. Na primeira fase, a resenha abordava todos os jogos do dia, mas a partir do mata-mata, um texto para cada jogo.

O Podcast Um Papo Qualquer

O nosso podcast Um Papo Qualquer também não ficou de fora. Serão no total seis edições sobre a Copa do Catar. Fizemos uma edição para apresentar o evento aos nossos ouvintes. Depois, fizemos um resumo de tudo o que aconteceu na fase de grupos, com direito a participações do Michel Vieira e do Luiz Filipe MP.

Ainda fizemos uma edição sobre as oitavas-de-final que contou com as participações não só do Michel e do Luiz, mas também do Felipe Canela do podcast Papo Canela, e do jornalista Thiago Uberreich, da rádio Jovem Pan e autor dos livros Biografia das Copas, além da trilogia do tricampeonato mundial do Brasil.

Na sequência, uma nova edição, desta vez sobre as quartas-de-final, também com as participações do Michel, Luiz e do Felipe. E valeu o mesmo para as semifinal, quando já estávamos na reta final da competição.

Ainda teremos a edição final com a final da copa. Mas ela foi gravada no dia da grande final. Então não deu tempo de editar ainda. Ela vai contar a história da sensacional final, vai contar é claro com as participações do Michel, do Luiz e do Felipe e também – como já está se tornando uma tradição – o nosso papo com Thiago Uberreich com uma análise completa da Copa. Será um episódio super especial que será apresentado a vocês com muito carinho.

A Mesa Redonda no Papo Canela

O podcast Papo Canela foi nosso parceiro na criação de conteúdo em 2018. Juntos criamos o projeto “História e Glória da Copa do Mundo”, que foi concebido aqui no UBQ, mas depois foi adotado pelo pessoal do Papo Canela, e com isso conseguimos criar uma série de podcasts que são um registro histórico do que aconteceu nas copas do mundo.

Mais uma vez, nós refizemos a parceria para criarmos as mesas redondas. Uma série de lives que fizemos ao longo da copa que depois foram transformadas em podcast. Contou com a presença do Felipe Canela, do Sebastian Carlos (Sebs), do Raphael Morgado, do Eduardo Guimarães e até mesmo do Julian Catino que apareceu de surpresa na última edição das nossas lives.

Você pode conferir todas as mesas redondas e também o projeto “História e Glória das Copas” através deste link.

E os vídeos?

É… os vídeos desta vez ficaram de fora da nossa cobertura. Mas não foi por falta de vontade ou por falta de interesse. Simplesmente não foi possível Eu gostaria muito de ter feito vídeo sobre a copa do mundo.

Mas quem nos acompanha por aqui, já deve ter percebido que faz um bom tempo que não temos vídeos. E acho que chegou a hora de explicar o motivo.

Cataratas

Eu sei que este texto se trata de um editorial, mas dada a excepcionalidade da ocasião, não dá pra separar o editor da pessoa que vez tudo isso.

Pois é… eu evitei tratar deste tema durante toda a copa. Mas agora é a hora de explicar algumas coisas importantes.

Tem alguns meses que eu fui diagnosticado com cataratas nos olhos. E eu coloco no plural, porque realmente eu desenvolvi um tipo de catarata no olho direito e outro tipo no olho esquerdo. Tipos diferentes, ambas tratáveis, mas as duas igualmente incapacitantes.

Em questão de meses minha visão rapidamente se degradou. Ainda enxergo vultos e se eu encostar o nariz no monitor, até consigo enxergar alguma coisa. Mas no geral, estou sem minha visão e com isso… escrever, gravar, editar, criar… tudo fica mais difícil.

Acredite… foi uma luta e tanto para ver os jogos (mais ouvir do que ver, para falar a verdade). Tive que usar recursos de acessibilidade para digitar os meus textos (eu usei o ditado de voz do Word e depois com uma lupa ia corrigindo). E muitas imagens foram feitas na base do feeling. Inclusive algumas saíram com alguns errinhos. Espero que me desculpem por isso.

Eu estou basicamente a seis meses incapacitado… sem trabalhar, e criando no UBQ, mais por teimosia do que qualquer coisa. E a boa notícia é que felizmente tudo isso é tratável. Uma cirurgia relativamente simples para cada olho. Mas que tem um custo relativamente alto, apesar de que estou – como servidor público – usando a assistência médica do estado. Entretanto, o processo é demorado e as lentes são caras. Bem caras…

Fique tranquilo… a primeira cirurgia está prevista para acontecer no final de janeiro de 2023 e aí eu espero que as coisas voltem à normalidade. Não quis contar sobre isso de modo aberto antes, para não parecer “coitadismo”. Eu só queria poder terminar a cobertura da copa de modo digno. E acho que consegui.

Agradecimentos

É claro que eu não poderia ter feito tudo isso sozinho. Tudo isso só aconteceu pelo carinho e generosidade de muita gente que esteve envolvida direta ou indiretamente. E eu espero não fazer nenhuma omissão aqui. Se ela acontecer, pode ter certeza de que foi involuntária. O carinho e gratidão é igualmente o mesmo.

Quero agradecer minha família… minha esposa Ana Paula e minhas filhas Mariana e Helena que tiveram uma paciência danada comigo ao longo deste período.

Agradeço de forma especial ao meu amigo e irmão de coração, Michel Vieira. Ele foi sensacional ao me apoiar nas maiores loucuras do UBQ. Ajudou de tantas formas e tantas vezes… eu abençoo todos os dias em que eu tive a honra de conhecer este cara maravilhoso de um coração enorme.

Um grande abraço também ao Felipe Tavares, meu sobrinho do coração que foi muitas vezes os meus olhos quando mais precisei e que me ajudou tanto a ir e vir quando eu não podia mais ir e vir por aí.

Minha gratidão aos meninos do UBQ, em especial ao Luiz Filipe e ao Luciano Duran que gentilmente cederam parte do seu talento para que criássemos um conteúdo fantástico.

Aos meninos do Papo Canela que toparam novamente fazer a nossa parceria. Felipe Canela, Sebs, Rapha… meininos, obrigado mesmo por permitirem que eu falasse minhas abobrinhas das mesas redondas. E ainda temos mais um podcast, não é mesmo?

Um abraço muito carinhoso ao jornalista Thiago Uberreich. Ele sempre foi de uma generosidade incrível comigo e com o UBQ. Sempre solícito e paciente, gravou comigo por quase duas horas na noite de domingo, dia da decisão da copa. E participou outras vezes na cobertura também. Obrigado por acreditar no projeto e naquilo que fazemos por aqui.

Quero agradecer também aos amigos que mandar sugestões e críticas para que pudéssemos melhorar nossa cobertura. Tudo isso sempre nos ajuda a sermos melhores.

E por fim, a todos que nos acompanharam nesta jornada. Obrigado por estarem aqui conosco até o fim. Não sei como será em 2026, porque existem outros projetos pessoais que preciso me dedicar e talvez as coisas tenham que ser num ritmo mais suave. Mas de alguma forma, estaremos lá.

Obrigado por tudo. E continuaremos sempre aqui. Informando, opinando e entretendo todos vocês.

Publicado em:Editorial

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