Você pode amá-lo, odiá-lo, elogiá-lo, criticá-lo… mas não pode ignorá-lo. Apesar de eu não concordar em muitas questões, não posso negar que Lula é um fenômeno político inquestionável. Entretanto, uma coisa me chamou a atenção por estes dias: sua influência nas decisões políticas de seus apadrinhados políticos. Em especial, dona Dilma e seu Fernando…
Recentemente a revista Veja publicou matéria criticando a postura do ex-presidente que participou de reunião com a cúpula da prefeitura de São Paulo, agora comandada por seu ex-ministro Fernando Haddad. Só os mais inocentes não perceberam que neste jogo político, Lula é quem continua dando as cartas. Ele se tornou a “eminência parda” do governo. Lula é quem manda. E suas criaturas apenas funcionam como os executores de suas ordens.

Mas foram eleitos, então qual o problema?
Em minha opinião é que a ordem das coisas foi invertida. As pessoas ali foram eleitas representantes do povo para governar pelo povo e para o povo. Mas o que se vê é que o “governar” significa ampliar ações demagógicas que ampliem concessões temerárias que aludem a tão sonhada distribuição de renda por meio de suas “bolsas-qualquer-coisa”. Na prática, o governo é uma extensão do partido que governa para aumentar o poder do partido. E consequentemente sua permanência no governo.
Não se governa para o povo. Estão governando para ampliar seu poder. Estão criando ações que aparentemente beneficiam a população, mas que na prática apenas funciona como uma espécie de curral eleitoral. Antes eram as camisetas, os chaveiros, as cestas básicas… hoje são os bilhetes mensais de ônibus, a bolsa-família, o minha casa minha vida, o PROUNI e as cotas raciais.
Lula descobriu o caminho das pedras: jogamos as migalhas, damos a oportunidade das pessoas ingressarem na universidade sob a alegação de igualdade (mesmo que o ensino esteja sucateado), damos uma bolsa aqui e ali (mesmo que continuemos endividados, morando na periferia) e pronto… nunca antes na história deste país vimos um governo tão justo.
Pelo menos, é a ideia deles…
E a maioria dos brasileiros comprou a ideia… tanto comprou que elegeram Dilma… elegeram o Haddad e provavelmente elegerão o próximo governador de São Paulo, isto se o candidato não for o próprio Lula. Uma estratégia seria colocar um nome forte como vice, ser eleito governador e no final do segundo mandato da Dilma ele sairia novamente como candidato à presidência. Dificilmente seria derrotado e de quebra garantiria o governo de São Paulo com o vice forte continuando seu legado…
Um desabafo
Simplesmente a volta da velha prática do curral eleitoral. Com a diferença que agora temos um curral proporcionalmente bem maior… Até agora, depois de quase 45 dias, não vi o senhor Fernando Haddad dar o ar da graça como prefeito. Suas promessas estão aí:
- Fim da fila nas creches e mais aulas
- Hospitais e “Rede Hora Certa” de atendimento médico
- Fim da taxa de inspeção veicular
- Mais corredores de ônibus
- Bilhete único mensal
- Emprego mais perto e menos trânsito
- Mais verde na periferia e combate à enchente
- Vigilância contra o crime
- Favelas urbanizadas
- Virada cultural o ano inteiro
- Mais dinheiro para a cidade com a Copa.
Veremos o que será cumprido em seu mandato. Estaremos atentos por aqui.