Buenas! A resenha de hoje vem numa toada leve, alegre e intenso como uma tarde de verão (mesmo que as vezes a intenção não seja essa). Então hoje vou falar do disco de estreia da banda goiana Brvnks – “Morri de Raiva”.
A banda Brvnks
Projeto encabeçado por Bruna Guimarães, que a princípio não tinha a menor pretensão de que as músicas que compunha sozinha com seu violão se tornasse uma banda. Simplesmente aconteceu…

Mesmo convivendo com a cena rockeira de sua cidade, ela nunca havia estado em uma banda. E a coisa só tomou forma, quando ela e o baterista Edimar Filho se reuniram e resolveram gravar as canções que Bruna compusera em seu quarto.
Daí para o lançamento do primeiro EP, intitulado “Lanches” de 2016, foi um pulo. Brvnks faz música simples, direta, de uma maneira bem crua, e isso é totalmente sincero, dado ao fato de que sua criadora nunca havia estado em uma banda antes.
Após fixarem-se como um quarteto: a própria Bruna, na voz/guitarra, do baterista/produtor Edimar Filho, do baixista Rodrigo Gianesi e do guitarrista Ian Alves, resolveram expandir a sonoridade. Hoje são um quinteto, com a adição de Heloisa Cleaver na guitarra/teclado.

Calcados no indie e no pop-punk, mesmo que a base ainda sejam as canções que a vocalista ainda escreve em seu quarto.
O álbum “Morri de Raiva”
Como banda, lançaram agora em 2019 o elogiado (não só por este escriba) “Morri de Raiva”. Nele vemos ecos de diversas influências: Best Coast, Waves, Pavement e Courtney Barnett que por mais latentes que soem, ainda são sobrepostas pela personalidade da banda.

A Brvnks faz um som pra lá de sincero e mesmo que alguns ainda tenham “ranço” de músicas feitas em inglês, a aceitação da banda é bem bacana, visto a quantidade de shows que estão fazendo e os importantes festivais onde têm se apresentado.
Produção caseira seguindo à risca a ideologia do punkrock do “Faça Você Mesmo”, mas feito com esmero e muito bom gosto. É pra soar cru, é pra soar barulhento, mesmo que ao mesmo tempo soe “pop”.
O disco é extremamente bem feito e desde a primeira audição já se coloca com enorme galhardia no rol dos #prediletosdacasa. Um dos grandes lançamentos de 2019, mesmo que não tenha a menor pretensão de assim o ser.
Em resumo…
Uma estreia despretensiosa, mas essencial. Música simples, diversão pura, exatamente como uma tarde de férias.
Ouça quando estiver morrendo de raiva (trocadilho infame), ela – a raiva – provavelmente se dissipará e é bem capaz que quando você menos perceber, esteja balançando os pés e sorrindo.
A música sempre tem esse poder. Longa vida a Brvnks!!!
Logo menos tem mais.
Sobre o autor
Júnior Ferreira é historiador e professor, além de crítico musical. Você pode manter contato através do e-mail juniorferreira@umblogqualquer.com.br ou pelas suas redes sociais Twitter e Instagram.