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Carne Doce ao vivo no SESC Belenzinho

Buenas! Quando todos estavam na ansiedade da sexta-feira pré-carnaval, a minha ansiedade era outra: vinha de Goiânia/GO e atende pelo nome de Carne Doce. E finalmente pude ver o Carne Doce ao vivo no SESC Belenzinho.

Chegou a hora!

Desde que lançaram o maravilhoso “Tônus” em 2018 (que nós resenhamos por aqui no antigo site do UBQ), eu estava numa ansiedade danada para conferir as canções desse discaço ao vivo. Demorou, mas enfim era a hora.

Já sabia qual era o seu poder de fogo no palco, os conheci assim: ao vivo, em 2015, no teatro do próprio SESC Belenzinho. Na ocasião, fiquei tão impactado com a sonoridade da banda que passei a acompanhá-los mais de perto desde então.

Ingresso, comprado, casa cheia e o SESC nos brindou mais uma vez com sua habitual competência. Exatamente às 21h30 a banda subiu ao palco e à partir daí, perdeu-se totalmente a noção de tempo e espaço.

Iluminação, instrumental etéreo, tudo me transportou para outro estado de consciência, até que fui arrebatado pelo “soco sonoro” que é a voz da vocalista Salma Jô. Diferente das vozes de qualquer banda conhecida (ou mesmo desconhecida), às vezes ela te remete a timbres de Björk com alguns agudos à Tetê Espíndola, uma combinação bombástica de técnica vocal, instinto e poder.

Absoluta no palco, a banda Carne Doce fez bonito no palco do SESC Belenzinho
Absoluta no palco, a banda Carne Doce fez bonito no palco do SESC Belenzinho

Uma viagem intensa e memorável

A banda passeou pela sua discografia de maneira intensa, todas as músicas culminaram em jam sessions para lá de inspiradas, onde usaram e abusaram de ambiências e reverberações para criar o clima de “eteriedade” que o som da banda pede.

E toda essa energia fez a “cama” para a teatralidade da vocalista que por alguns momentos viveu aquelas letras e a fez com a mesma intensidade ao falar de natureza, sexo e empoderamento

E o fez com a mesma entrega e intensidade, fazendo com que o público sentisse cada palavra e cada mudança rítmica, como se a banda regesse uma orquestra de sensações alheias.

Ao final da primeira música eu já está rendido, mesmo que ainda não os conhecesse. E digo isto com propriedade: entrou na “vibe” da banda, já era, está ganho. Fato.

No show… emoções e novidades para 2020

Durante o show a plateia ainda foi agraciada por uma canção inédita (que sairá no disco novo, prometido para 2020) e mesmo que ninguém soubesse cantá-la (ainda), pôde-se perceber que todos no local curtiram a novidade.

Diferente de outros shows, aqui percebi o pessoal mais contemplativo, cantando as letras para si, sentindo a música, cada um a sua maneira.

A banda terminou a primeira parte do show e foi ovacionada até que retornou para o bis. Voltou e ainda nos brindou com mais duas músicas. Uma das únicas vezes que houve uma participação maior da plateia foi em Cetapensâno, que a plateia tomou a voz e só depois a vocalista assumiu (já com o jogo ganho).

E quando estava naquele clímax, o show acabou: 1h30 de puro êxtase sonoro. Catatônicos e com um sorriso de orelha à orelha, fui embora , ansioso pelo disco novo e pelos próximos shows.

Eu os vi em 2015 e hoje posso falar com conhecimento de causa: eram bons de palco, hoje são sensacionais! Não é só música, é uma experiência empírica de imersão musical.

E caso tenha a oportunidade de vê-los ao vivo, veja. Sua percepção jamais será a mesma.

A banda solicitamente nos mandou o set list do show. :D
A banda solicitamente nos mandou o set list do show. 😀

Depois da sexta-feira, meu carnaval já estava ganho. Obrigado, Carne Doce.

Logo menos tem mais!

Publicado em:Disco da Semana,Opinião

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