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Ira! Banda e álbum!

Buenas! O ano de 2020 tem sido atípico pra música (NOTA DO EDITOR: Só para a música?). Isso é um fato. Sem a possibilidade de shows, de aglomerações, os artistas estão precisando se reinventar. E assim consigam fazer sua obra chegar ao maior número de pessoas.

Soluções para um mundo em “isolamento” cultural

Temos visto alguns nas famosas “lives” em diferentes mídias e redes sociais. Alguns estão se arriscando um pouco mais e lançando material que já estava previamente gravado. Mas a produção – quiçá a caseira, que não para nunca – foi totalmente afetada por esses tempos de isolamento e pandemia.

Boa parte dos artistas estão segurando seus lançamentos pra um futuro próximo. Esperando uma mudança no cenário mundial, de uma possível vacina e na possibilidade de lançar o material e cair na estrada mostrando as novidades de maneira mais próxima ao público.

Outros, preferem o risco. Preferem se expor e aproveitar a urgência das novas composições para dividi-las com o mundo o mais rápido possível. Independente do cenário e do isolamento. É o caso de uma das maiores e mais subestimadas bandas brasileiras, o Ira!

Banda Ira… muitas vezes subestimada injustamente

Sobre banda IRA

Entre idas e vindas, esse novo disco lançado em junho, no meio do olho do furacão mostra a urgência das novas composições da banda. Fazendo o que faz melhor, a banda se reinventa e põe na roda um dos grandes discos de 2020. Com uma formação diferente, mas mantendo o núcleo criativo entre o guitarrista Edgar Scandurra e o vocalista Nasi, a banda ganha em qualidade com a chegada de Johnny Boy (baixo) e Evaristo Pádua (bateria). E com essa formação, lança o primeiro disco em 13 anos.

Usando a tecnologia principalmente para a divulgação (toda feita por meio das mídias sociais e das plataformas de streaming), abusaram dos recursos tecnológicos para gravar e produzir esse disco novo. À distância, fazem uma conexão Brasil-França para contar com a voz de Virginie Boutaud (vocalista da banda Metrô nos anos 1980) na balada com ares de chanson “Efeito Dominó”, que foi uma das primeiras faixas a serem divulgadas e ganharem um videoclipe.

Sobre o álbum IRA

Produzido por Apollo 9 (que também produziu Otto, Nação Zumbi, Seu Jorge e Planet Hemp) e maturado durante dois anos, o álbum soa coeso, cru, visceral. Um grande disco de rock. De baladas de piano/violão à distorção e energia das guitarras “Scandurrianas”.

O álbum Ira

A banda se reencontra com suas origens: timbres, sonoridades e temáticas trazem o Ira de 2020 muito mais próximo da sua essência. Uma retomada após a incursão na modernidade eletrônica do álbum anterior. Com temáticas politizadas, mas sem deixar de lado o amor, a banda se posiciona quanto o atual momento político do Brasil e do mundo.

E talvez por isso a urgência do álbum em ver a luz do dia. Atualíssimo, toca em algumas feridas sociais, como a luta por igualdade das mulheres e a polarização política nacional.

Nossa opinião

Um disco para refletir, para cantar a plenos pulmões e para expor um retrato do que hoje é sociedade brasileira, que não poderia esperar para ser lançado, há uma urgência tão pungente nessa obra que esperar o fim da pandemia talvez o fizesse soar datado.

Tá aí um sério candidato a disco nacional do ano. Ouça, ainda hoje se possível. Um discaço!

Logo menos tem mais.

Publicado em:Disco da Semana,Opinião

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