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O incrível (e assustador) Chat GPT

Blogueiros, jornalistas, escritores e profissionais que têm por ofício escrever tem um novo concorrente no mercado. Ele não tem uma formação acadêmica específica, seu currículo não conta com grande experiência profissional, ele não tem grandes publicações em veículos de imprensa respeitáveis… Ele nem mesmo é uma pessoa. Estou falando do Chat GPT, uma forma de inteligência artificial que é capaz de emular com muita exatidão a linguagem humana.

Mas o que é o Chat GPT?

ChatGPT é uma ferramenta de processamento de linguagem natural altamente avançada, treinada pela OpenAI. Ele é capaz de gerar textos coerentes e naturalmente escritos, com base nas perguntas e comandos fornecidos pelo usuário. É uma ferramenta poderosa para a geração de conteúdo, como redações, artigos e mensagens de chat. Além disso, ChatGPT tem a capacidade de compreender e responder perguntas com precisão e fluência, o que o torna útil para aplicações de assistente virtual e de resposta automática.

Em geral, o ChatGPT é uma ferramenta incrivelmente avançada e versátil para a geração de linguagem natural, e sua capacidade de compreender e responder perguntas com precisão e fluência o torna um dos melhores modelos de processamento de linguagem natural disponíveis no mercado atualmente.

O texto acima foi entre aspas por um motivo simples… não fui eu que escrevi estas palavras… eu simplesmente usei o serviço disponível neste link (é necessário um cadastro simples) e digitei “Faça uma resenha sobre o Chat GPT”. Em cerca de 15 segundos ele retornou estes dois parágrafos de texto. Um texto coeso, coerente, numa linguagem acessível e sem problemas de concordância ou ortografia.

Eu confesso que fiquei bastante impressionado… e um bocadinho assustado.

A Inteligência Artificial está entre nós

O tema “Inteligência Artificial” não é uma novidade entre nós. Já em 1927 com o filme Metropolis temos alguma discussão – seja direta ou indireta – sobre o tema. No cinema, talvez tenhamos as referências mais conhecidas: “A.I. Inteligência Artificial”, “Blade Runner: o caçador de andróides”, “Exterminador do Futuro”, “Ela”, “Matrix”, “Eu, Robô” e até mesmo o clássico “2001: uma odisseia no espaço”.

Mas na comunidade científica, foi em 1943 que tivemos a primeira referência ao assunto tratado de maneira formal. Um artigo de Warren McCulloch e Walter Pitts que tratava de redes neurais que funcionariam como estruturas de raciocínio artificial de modo a imitar nosso sistema nervoso.

Posteriormente, o assunto foi tratado por ninguém menos que Alan Turing. Em 1950 ele criou um método que é um teste conceitual para determinar se uma máquina é capaz de pensar e agir como um ser humano. Foi proposto pelo matemático britânico Alan Turing em 1950. O teste consiste em um humano conversando com outro indivíduo e com uma máquina, sem saber qual é qual. Se o humano não conseguir distinguir qual é a máquina, então ela é considerada inteligente. O teste é amplamente considerado como um marco na história da inteligência artificial.

O teste de Turing é um método para determinar o quanto uma máquina é capaz de interagir como um humano

Os estudos em IA deram ramificações em áreas como robótica e aprendizagem de máquina (Machine Learning) e os sistemas de IA começam a ser aplicados em várias áreas, construção, finanças, educação e até mesmo entretenimento. E em algum momento, veio a pergunta inevitável.

Homem x Máquina?

E será que a máquina seria capaz de vencer o homem em tarefas que exigiriam raciocínio lógico? Escolheram então um jogo milenar que obriga seus participantes a ter uma grande capacidade de raciocínio: o xadrez. E o que seria melhor para testar as habilidades de uma IA treinada em xadrez do que o campeão mundial da época? Assim, em 1996 o supercomputador Deep Blue, desenvolvido pela IBM enfrentou o campeão mundial e um dos maiores enxadristas de todos os tempos. Garry Kasparov. E naquele primeiro confronto, Kasparov disputou 6 partidas com a máquina. Venceu três delas, empatou duas e perdeu apenas uma.

Homem versus máquina – O grande confronto entre Garry Kasparov e IBM Deep Blue

A revanche veio no ano seguinte. Em 1997, uma versão aprimorada do Deep Blue voltou a enfrentar o campeão. E desta vez, foram três vitórias para o Deep Blue, duas vitórias para Kasparov e um empate. A máquina havia derrotado a mente humana. Tudo bem que aqui o que estava em jogo era a força bruta. A capacidade de examinar e avaliar uma quantidade massiva de jogadas. E aí, o processamento brutal do Deep Blue estava muito a frente da capacidade humana de Kasparov. Mas ela era uma máquina treinada, não era inteligente.

De lá pra cá, a capacidade de processamento dos computadores aumentou exponencialmente. Novas técnicas de programação e análise são os grandes trunfos da IA: poder analisar um grande volume de dados para a partir deles criar uma conduta. E quanto mais dados, quanto mais processamento, a máquina – por tentativa e erro – aprende, guardando o que é útil e descartando o que não é por meio de algoritmos cada vez mais complexos.

Hoje em dia

A Inteligência Artificial está em constante evolução e é amplamente utilizada em várias áreas, como reconhecimento de voz e de imagem, processamento de linguagem natural, robótica, automação de negócios, entre outros. Algumas das áreas de destaque recentes incluem aprendizado profundo, visão computacional, inteligência de negócios e automação cognitiva. A IA também está sendo usada para solucionar problemas complexos e melhorar a eficiência em vários setores, como saúde, finanças, transporte e manufatura.

O futuro da Inteligência Artificial é promissor, e espera-se que a tecnologia continue a evoluir e se expandir para vários setores. Algumas das tendências e avanços futuros esperados incluem:

  • IA generalista: A IA realizará tarefas variadas, como compreensão de linguagem natural, reconhecimento de voz e imagem, e aprendizado de máquina, sem precisar de configurações específicas para cada tarefa.
  • IA autônoma: A IA será capaz de tomar decisões e agir independentemente, sem a necessidade de intervenção humana.
  • IA envolvida na tomada de decisão: A IA apoiará e guiará a tomada de decisões em vários setores, como saúde, finanças e governo.
  • IA em dispositivos IoT: A IA será integrada em dispositivos de Internet das coisas (IoT) para melhorar a interação entre os dispositivos e os usuários.
  • IA e privacidade: Com a crescente preocupação com a privacidade e a segurança de dados, a IA protegerá a privacidade das pessoas e garantir a segurança dos dados.

Essas tendências e avanços futuros terão um grande impacto na sociedade e na economia, e é importante estar ciente das implicações éticas e regulatórias desses avanços. E esperamos que estejamos ali para ver isso. De certa forma, é incrível… ao mesmo tempo assustador pensar que o controle do conhecimento e da tomada de decisão possa estar saindo de nossas mãos humanas.

Mas e o Chat GPT?

O Chat GPT é apenas uma parte de todo o potencial da IA. Mas seu poder impressiona. Poder criar textos a partir de uma ideia básica, ou resenhas completas, citações, poemas, são muitas as possibilidades. Eu usei o Chat GPT nos trechos em itálico deste texto. A imagem da vitrine do texto também foi gerada via inteligência artificial, no caso, usei o DALL-E, também desenvolvido pela Open AI. Experimentei digitar“A human being looking at artificial inteligence impressed by its greatness” (Um ser humano olhando uma inteligência artificial impressionado pela sua grandeza). E este foi o resultado:

Um ser humano olhando uma inteligência artificial impressionado pela sua grandeza (Gerado por DALL-E)

Incrível… e assustador, não acham?

Publicado em:Opinião,Pitacos na Tecnologia

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